O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2253 | I Série - Número 55 | 03 De Março De 2001

Risos do CDS-PP.

… que, depois, pagará, pelo menos, umas indemnizações «excelentes», como no caso do «Don yo», no tempo da reforma agrária, que, enfim, todos temos na memória…
De qualquer maneira, pergunto qual é o projecto agrícola, qual é o projecto das quotas, qual é o projecto das culturas… E, neste ponto, estou de acordo com o meu colega Lino de Carvalho, ao questionar: como é que se vai evitar que as multinacionais se instalem aqui e façam uma agricultura industrial que não nos interessa?!

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (João Amaral): - Para responder, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural.

O Sr. Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural (Victor Barros): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Sr. Deputado Rosado Fernandes colocou uma ou duas questões em relação às quais gostava de responder, não sem antes lhe dizer que temos falado sobre o Alqueva, estamos a trabalhar no Alqueva e, portanto, não percebi aquela sua graça inicial. Enfim, não valerá a pena falar sobre isso, vamos passar por cima disso.
O Governo tem lá ido. Na próxima semana, vai estar no Alqueva o Ministro da Agricultura, bem como gente do Ministério do Planeamento, para visitar o que de bom já está em curso na região, designadamente projectos muito concretos de arborização, de investigação e de experimentação.
Todavia, tão importante quanto a obra de infra-estrutura que estamos a levar a cabo é o que lá vamos fazer a seguir - e penso que essa foi a pergunta principal que o Sr. Deputado Rosado Fernandes me colocou. Pois bem, quanto ao projecto agrícola, serão sempre os agricultores que o irão fazer e corporizar, mas é evidente que têm de saber quais são as grandes alternativas que se lhes colocam em termos de opções de fazer agricultura naquela região, com a transformação do sequeiro em regadio.
Nesse pressuposto, criámos uma instituição, o Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio (COTR), que não é apenas mais um centro da Administração Pública nem do Governo. Trata-se de um centro que trabalha em parceria com as associações de agricultores, com todas as associações de regantes, com as associações de equipamentos de rega, etc., ou seja, neste momento, existe um conjunto de 40 parceiros. Este Centro, que foi criado em 1999, que está a instalar-se e cujo financiamento está previsto no PEDIZA I, lançou um concurso para projectos de experimentação na região com os agricultores, muitos deles nos campos dos próprios agricultores, bem como promoveu um seminário de prospectiva do que devia ser o regadio do Alqueva no futuro, no qual estiveram presentes agricultores de sucesso provenientes de Espanha, do México, portanto, de países onde se faz regadio a sério e onde se trabalha muito bem no regadio. Este seminário serviu para termos hoje uma estratégia, estratégia essa que vai ser apresentada, durante o mês de Março, à assembleia geral deste Centro Operativo e irá enquadrar as actividades de experimentação para o futuro.
No PEDIZA II, criámos - é isso que compete ao Governo e à Administração - os mecanismos para vir a apoiar, futuramente, a consolidação e a actividade deste centro de investigação.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente (João Amaral): - Além do Sr. Deputado Rosado Fernandes, inscreveram-se para pedir esclarecimentos adicionais os Srs. Deputados Lino de Carvalho, Fernando Penha, Isabel Castro e José Alberto Fateixa.
Tem a palavra o Sr. Deputado Rosado Fernandes, que dispõe de 2 minutos para o efeito.

O Sr. Rosado Fernandes (CDS-PP): - Sr. Presidente, não tenho dúvida nenhuma de que o Sr. Secretário de Estado se tem interessado por esta questão, nem foi jocosamente que eu a coloquei para entrar aqui no Auto das Regateiras - isso já foi do António Ribeiro (Chiado)! - mas, simplesmente, para ver se obtinha uma resposta, e obtive-a. Pelo menos, já há uma ideia em embrião. Tenho a certeza de que ainda não está a funcionar completamente, mas esperemos que se venha a concretizar.
Também é preciso pensar na rede eléctrica, e todos sabemos como funciona a EDP, depois da magnífica gestão que teve!... A quantidade de tempo que levam para pôr um PT, a dificuldade que há para instalar regas, electricidade…
Contudo, há uma coisa que queria dizer ao Sr. Secretário de Estado: não há qualquer dúvida que em Espanha já estão a trabalhar. Recentemente, estive na margem do Guadiana que vai ser abrangida pela barragem do Alqueva e, Sr. Secretário de Estado, até faz impressão: desde os pomares, os pivôs a tudo o mais… Por exemplo, eles já estão a pensar, inclusive - e eu gostava de saber qual é a sua opinião -, regar a montante, porque não tenha qualquer dúvida de que nem na Juromenha vão ter possibilidade de impedir os holandeses de regar a montante na exploração Monte Branco, que é uma exploração importante, nem vão, certamente, impedir que os espanhóis ajudem a Extremadura e que reguem a montante.
Gostava, pois, de saber o que pensa o Sr. Secretário de Estado sobre esta questão, porque muita gente vai ficar sem o regadio actual - e não lhe escondo que um dos casos sou eu e que gostaria de poder continuar a regar.
De qualquer modo, se o que referiu, e que me satisfez,…

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Satisfaz-se com pouco!

O Orador: - … for feito com seriedade, penso que temos, pelo menos, um passo para andar.

O Sr. Presidente (João Amaral): - Tem que concluir, Sr. Deputado.

O Orador: - Termino com uma piada para o meu colega Lino de Carvalho: o senhor transformou a EDIA num verdadeiro «Big Brother». Aí, sim, é que estamos perante um «Big Brother» a sério!

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!