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2443 | I Série - Número 62 | 22 De Março De 2001

grave, mas é de facto a defesa da bitola que tem sido seguida pelo Ministério do Ambiente. Quer em relação à gestão dos recursos hídricos quer em relação à gestão dos resíduos, os senhores, em vez de terem uma perspectiva de médio e longo prazo de sustentabilidade e de fazerem aquilo que se faz nos outros países da Europa, que é suscitar a participação do sector privado para maximizar a aplicação dos fundos estruturais, com a vossa miopia, concentram tudo em sociedades anónimas de capitais públicos, em monopólios públicos e gastam todo o dinheiro do III Quadro Comunitário de Apoio.
Então, pergunto: quem é que, no futuro, e com que dinheiro, vai fazer aterros? Quem é que, no futuro, e com que dinheiro, vai gerir os sistemas multimunicipais de água? Quem é que, no futuro, e com que dinheiro, vai poder fazer a requalificação urbana? Os senhores estão a hipotecar o futuro da resolução da maior parte dos problemas ambientais, e o pior é que vivem contentes com isso e nem se apercebem do disparate que estão a fazer!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Joel Hasse Ferreira.

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado José Eduardo Martins, julgo que é importante reconhecer-se que financeiramente algo esteve mal na EXPO 98. O que é que esteve mal? Qual foi o pecado original? Foi o modelo, que, só por respeito, não direi que é tecnicamente incorrecto e politicamente fraudulento, apresentado pelo Dr. Tavares Moreira para o financiamento da EXPO 98. É um modelo tão absurdo como a proposta que recentemente fez, de saída do euro, em relação à qual, depois, veio a recuar, dizendo que era humorístico! Este foi, pois, o pecado original do funcionamento financeiro da EXPO 98.
Sr. Deputado José Eduardo Martins, hoje, eu pergunto: se V. Ex.ª está tão preocupado com a gestão, que disse ser danosa, da Parque EXPO, então por que não propõe…

Vozes do PSD: - É o relatório do Tribunal de Contas?!

O Orador: - Não falem do que não sabem, porque não é disso que trata o relatório do Tribunal de Contas!
Mas, então, pergunto-lhe: por que não propõe uma audição com a Parque EXPO para, frente a frente, a analisar o assunto? É fácil atacar a questão da Parque EXPO quando estamos aqui; é fácil criticar a Parque EXPO passando a um jornalista determinadas informações! Proponha, na comissão respectiva, de que faz parte, que eles venham cá e confronte-os! Ou, então, leia o relatório da Parque EXPO, que o senhor acusa de gestão danosa (o senhor parece «acorrentado» à Parque EXPO!),…

Vozes do PSD: - Acorrentado?!

O Orador: - … e encontrará assinaturas interessantes, como a do Dr. José Manuel Lemos e a do Professor Luís Valente de Oliveira, que está no grupo dos que, no seu entender, fazem essa gestão danosa!

Vozes do PS: - Exactamente!

O Orador: - Passemos, então, ao projecto de resolução. V. Ex.ª terá de concordar comigo em alguns aspectos, pois é uma pessoa inteligente e um jovem prometedor - e, como sabe, considero que V. Ex.ª tem envergadura, se não entrar demasiadas vezes por estas questões, para vir a ser, um dia, não sei quando, o sucessor do actual líder do PSD, eventualmente com alguns pelo meio.

Protestos do PSD.

Em Maio de 2000, V. Ex.ª apresentou um projecto de resolução, que veio a esta Câmara em Março de 2001, depois de, em Junho, termos discutido aprofundadamente esta questão, no qual «exorta o Governo a reformular rapidamente a sua estratégia de gestão do programa, centrando a aprovação de futuros projectos e o acompanhamento da sua execução numa unidade de programa (…). V. Ex.ª conhece a Resolução n.º 58/2000, que cria o Gabinete Coordenador do Programa? Ou não a teve em conta quando elaborou esta recomendação?
Então, o Sr. Deputado acha que a Assembleia deve exortar o Governo a que as câmaras criem empresas municipais? Isso não faz grande sentido!

O Sr. Presidente: - Faça favor de concluir, Sr. Deputado.

O Orador: - Confesse, Sr. Deputado, que foi o Dr. Capucho, no momento em que tinha o coração na Figueira da Foz, a cabeça em Lamego e o corpo em Cascais, que, à falta de outro assunto melhor, o encorajou a avançar aqui, hoje!

Risos do PS.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado José Eduardo Martins.

O Sr. José Eduardo Martins (PSD): - Sr. Presidente, vai ser muito difícil…

Vozes do PS: - Vai, vai!

O Orador: - Sr. Deputado, se procura um comentador político e não alguém que venha aqui discutir os problemas ou da gestão da Parque EXPO ou do Programa Polis, esse comentador político parece que está atrasado, mas vem aí a chegar! Ele já não tem tempo para ler mais nada, mas pode partilhar consigo essas análises!
Quanto a esses juízos de prognose, obviamente que não me vou alongar.
Quanto à gestão da Parque EXPO, o Sr. Deputado, que é uma pessoa inteligente, conhece a diferença entre administradores executivos e não executivos. E, quando refere essas assinaturas e sugere que façamos um pedido de audição à Parque EXPO 98, eu - e perdoe-me a expressão - não «enfio a carapuça», porque se há Deputado que, nesta Câmara, tem, por escrito, questionado a administração da Parque EXPO 98, sou eu. Não ando a passar informações a jornalistas, nem a especular, mas a perguntar, por escrito, através de dezenas de requerimentos, alguns dos quais não obtive resposta.
Por exemplo, um dos requerimentos que não tem tido resposta é aquele em que eu pergunto como é que esta