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2667 | I Série - Número 68 | 05 De Abril De 2001

Quase seis anos de governos socialistas impunham que o meu relato fosse absolutamente diferente daquele que vou apresentar. Diria mais, se não fosse verdade e não conhecesse a realidade, eu próprio não acreditaria na exposição que de seguida vou fazer.
Como referi, a primeira fase da obra foi lançada e iniciada pelo último governo do PSD.
Posteriormente, já no ano de 1998, mais concretamente no mês de Fevereiro, o então Ministro do Equipamento Social, Eng.º João Cravinho, foi a Fafe visitar parte da obra que, entretanto, havia sido aberta ao tráfego e que terminava no lugar da Estrada, freguesia de Estorãos.
Na ocasião, instado pela comunicação social em relação à segunda fase da obra, João Cravinho prometeu que iria acelerar o processo de adjudicação da obra Guimarães-Fafe, considerando-a urgente, e afirmou que «já lá vão o tempo das promessas…».
A presença e as palavras do ministro foram motivo de satisfação para os fafenses, que erradamente se convenceram que em breve iriam ter concluída a ligação a Guimarães.
No dia 31 de Julho de 1998, o mesmo Ministro João Cravinho deslocou-se novamente a Fafe para inaugurar a segunda fase da obra, que termina no limite do concelho de Fafe com o de Guimarães.
À data, instado pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Guimarães acerca da razão pela qual não tinham sido também adjudicados os restantes 5 km em falta até àquele concelho, o Ministro João Cravinho respondeu: «são pecados velhos que agora deverão ser sanados». Mais informou que o estudo prévio estava já em fase de execução e que este deveria estar pronto em 1999, data que apontou também para o início da obra. Mais falsas esperanças e atoardas lançadas pelo então ministro para a opinião pública.
No dia 11 de Setembro já do ano de 1999, o então Ministro Cravinho reuniu em Lisboa com o Presidente da Câmara Municipal de Fafe, à data também a presidir à Associação de Municípios do Vale do Ave, e prometeu que, até final desse ano, sairia o aviso do concurso público para concepção e construção da obra, a qual estaria concluída, pelo menos, até ao último trimestre do corrente ano de 2001.
Verdade seja dita, no dia 4 de Outubro de 1999 foi publicado no Jornal de Notícias o aviso do concurso público para a concepção/construção do troço rodoviário denominado «variante às EN 101 e 206 - ligação da circular de Guimarães à variante de Fafe», com a extensão aproximada de 5 km, tendo por base o estudo prévio do empreendimento destinado a ligar a circular de Guimarães à variante de Fafe. O prazo previsto para a entrega de candidaturas terminava no dia 13 de Março de 2000 e o prazo previsto para a sua execução era de 975 dias.
Imediatamente nos insurgimos contra tão dilatado prazo - recorde-se que se trata apenas de 5 km de via -, o que fizemos por via de requerimento que apresentámos nesta Assembleia, no dia 18 de Novembro de 1999.
Para além disso, tal prazo de execução «atirava» a conclusão da obra para fins de 2003, princípios de 2004, quando o prometido era fins de 2001, princípios de 2002.
Mas o pior estava para vir. É que, entretanto, o Governo tinha concessionado a auto-estrada Guimarães-Chaves à «Brisinha» Aenor, que imediatamente se insurgiu contra o facto de a ligação da variante de Fafe à circular de Guimarães ter previsto um traçado de duas vias para cada um dos lados, o que, no entender desta concessionária, era um traçado concorrencial com o da auto-estrada cuja construção e exploração estava seu cargo. Em consequência, exigiu ou a redução para uma faixa de cada lado naquela via ou então que lhe fosse paga uma indemnização. Isto, como é evidente, só aconteceu porque o Governo socialista não preveniu o problema por forma a evitar o conflito, o que, aliás, é típico de um Governo que desconhece completamente a palavra responsabilidade.
Na senda deste sinuoso e infindável processo para a construção de uns míseros 5 km, aquele que entretanto já era mas que, actualmente, já não é Ministro do Equipamento Social, o Dr. Jorge Coelho, foi, no dia 13 de Outubro de 2000, a Paço Vieira, concelho de Guimarães, presidir à cerimónia de adjudicação da ligação da circular de Guimarães à variante de Fafe.
Anteriormente, os membros dos governos do PSD eram acusados de passarem o tempo a fazer inaugurações, o que significava inaugurar obras concluídas, prontas a utilizar pelas populações. Os socialistas, que antes criticavam as sistemáticas inaugurações, como não tinham nem têm obras para inaugurar, passam a utilizar a táctica de presidir às cerimónias de adjudicação de obras. Brilhante! Magnífico!
Acontece, no caso em análise, que aquela cerimónia foi uma autêntica vergonha para o Sr. ex-Ministro, que ainda hoje deve corar cada vez que pensa no assunto.
Primeiro e nunca até aqui visto, atento o conflito latente com a Aenor, o Governo, para remediar o problema, apresentou o seguinte perfil transversal da via: uma faixa de rodagem direita constituída por duas vias de tráfego com 3,75 m de largura pavimentadas; duas bermas exteriores com 3,25 m cada, sendo 2,50 m pavimentados com estrutura semelhante à das vias de tráfego; concordância da berma com o talude de aterro com 0,60 m de largura; via adicional para veículos lentos, quando se justificar, com 3,50 m de largura, reduzindo-se a berma para 1,50 m, sendo 0,75 m pavimentado; faixa de rodagem esquerda não pavimentada, revestida com uma camada de terra vegetal com 0,20 m de espessura.
Penso que perceberam. Deve ser a única via que vai ter duas faixas mas uma com terra vegetal, provavelmente não para circular mas para agricultar. Uma vergonha!
Mas o mais grave ainda é que, afinal, a obra não pode arrancar. E porquê? É que agora descobriram que não existe estudo ambiental e que o mesmo é, face à lei, obrigatório.
Mas que raio?!... Que gente é esta?! Que governo é este?! Que ministros são estes que não se coíbem de «atirar pedras» àqueles que tantas e tantas obras fizeram e que são incapazes de organizar correctamente o processo para a execução de uma obra de apenas 5 km?!
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Fafe é um concelho adiado, ao passo que os concelhos vizinhos de Felgueiras e Póvoa de Lanhoso, que antigamente viam em Fafe um exemplo a seguir, hoje possuem um maior dinamismo empresarial e um maior desenvolvimento económico.
Fafe que, fruto da crise do Vale do Ave, viu as suas principais empresas desaparecerem e que tudo apostou na ligação a Guimarães, como forma de atrair para o concelho novas e importantes empresas, não sai do marasmo e parou no tempo.
A Póvoa de Lanhoso tem hoje uma óptima via rodoviária que a liga a Braga e a Felgueiras está a chegar o IC 14, que se encontra na sua fase final. Antigamente, os soci