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0552 | I Série - Número 011 | 11 de Outubro de 2003

 

palavra de Tony Blair do que na de Saddam Hussein. V. Ex.ª, provavelmente, acredita mais na palavra de Saddam Hussein,…

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - … V. Ex.ª acredita que não havia armas de destruição maciça no Iraque; eu, pela minha parte, continuo a dar mais crédito aos governantes eleitos de democracias nossas amigas do que aos de uma ditadura horrenda como a de Saddam Hussein.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Em relação à questão do Iraque, V. Ex.ª invoca Sérgio Vieira de Mello, representante das Nações Unidas no Iraque. Porém, quero lembrar que o Bloco de Esquerda disse aqui, na Assembleia da República, que era contra qualquer intervenção no Iraque, sem ou com resolução das Nações Unidas. Esse é o vosso respeito pelo direito internacional! Mesmo que houvesse uma nova resolução das Nações Unidas, prevendo expressamente a intervenção, o Bloco de Esquerda era contra essa intervenção. Ou seja, se a política que mandasse - felizmente, não é, nem nunca será - fosse a do Bloco de Esquerda, Saddam Hussein continuaria à frente da atroz ditadura a que presidiu durante tantos anos;…

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

… se a política que manda é outra - e a política, em Portugal, é outra -, Portugal está ao lado da democracia contra o ditador Saddam Hussein.
Esta é toda a diferença entre o seu partido e a maioria que apoia este Governo.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Quanto à questão do referendo, Sr. Deputado, pensei sinceramente que V. Ex.ª, embora com as críticas que são inevitáveis no seu discurso, até me ia felicitar pela posição que tomei. V. Ex.ª escreveu-me uma carta - uma carta aberta, que, aliás, recebi e foi até publicada num jornal, dirigida a mim e ao Sr. Presidente da República -, dizendo basicamente isto: não tenham medo de ouvir os portugueses. Façam um referendo!
E foi isto que fiz. Até estou a seguir o seu conselho:…

Risos do PS e do Deputado do BE Francisco Louçã.

… estamos a querer organizar um referendo. Mas precisamente porque dou valor às preocupações que o Sr. Presidente da República e muitos (em todos os partidos) têm, quanto aos perigos de um referendo europeu - porque um referendo europeu também tem a sua delicadeza, é uma questão complexa para ser tratada em referendo, e eu não quero ir para populismos -, precisamente por isso, procurei encontrar uma solução que já estava no meu espírito há muito tempo (não pense que a tomei à pressa, inclusivamente já tinha obtido o assentimento do líder do outro partido da coligação), para garantir uma participação. Eu não quero um referendo para votarem apenas os militantes de um lado e do outro, não quero um referendo com baixa participação. Quero chamar os portugueses, na sua maioria, a dizer se querem ou não estar na Europa, se querem ou não continuar no projecto europeu.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

E Sr. Deputado Francisco Louçã, talvez seja bom aproveitar esta oportunidade para, finalmente, dar a perceber e percebermos aquilo que o Bloco de Esquerda quer acerca da Europa, porque eu, sinceramente, ainda não percebi.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para replicar, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, ainda bem que colocou o debate nos termos que ele tem. Este é, de facto, um debate sobre credibilidade e forma de fazer política.
Diz-nos, em primeiro lugar, que não acredita em Saddam Hussein. Lamento dizer-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, mas o senhor está sob suspeita,…

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Oh!…

O Orador: - … porque o senhor fez parte do governo que acreditou nos cheques de Saddam Hussein.