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0554 | I Série - Número 011 | 11 de Outubro de 2003

 

Sempre com uma linguagem que é uma linguagem de processos de intenção, utilizando expressões como "sob suspeita" e outras do género.

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - É um virtuoso!

O Orador: - Este tipo de fundamentalismo e de alegada superioridade moral,…

Vozes do CDS-PP: - Exactamente!

O Orador: - … isto sim, suscita-me as maiores dúvidas.

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Quero dizer-lhe, Sr. Deputado Francisco Louçã, que não aceito, em matéria de seriedade, lições de ninguém!

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - Faz mal!

O Orador: - Não procuro dar lições a ninguém, mas não aceito lições de ninguém.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Quanto à credibilidade política das nossas propostas, dos nossos programas, os portugueses respondem - responderam nas últimas eleições e responderão nas próximas e, aí, veremos quem tem credibilidade em termos de propostas, de programas e de políticas para o nosso país.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - É que, quando não se têm políticas, nem propostas, nem causas, criam-se casos. E esta não é a minha via; por aqui, não vou, Sr. Deputado Francisco Louçã.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Quanto ao Iraque, Sr. Deputado Francisco Louçã, já uma vez falámos aqui sobre a questão da venda de armas ao Iraque e até tive ocasião de corrigir elementos falsos que constavam de um relatório do Instituto Nacional de Estatística, que tinha, por lapso, confundido "Iraque" com "Chile", numa publicação periódica portuguesa.
De qualquer modo, é verdade que, no passado, houve venda de armas por parte de Portugal, de vários governos, ao Iraque.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Incluindo o seu!

O Orador: - O Governo a que tenho a honra de presidir não o fez e a orientação que dou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas e ao Ministério da Defesa Nacional é a de não praticar qualquer cumplicidade com regimes daquele tipo.

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - E a Arábia Saudita?!

O Orador: - É verdade que, no passado, Portugal o fez, mas orgulho-me de pertencer a um Governo que esteve na primeira linha da condenação internacional do regime iraquiano.
Quanto à questão do referendo, mais uma vez, o Sr. Deputado faz um processo de intenção. Isso é desonesto do ponto de vista político, Sr. Deputado. É que eu também poderia fazer processos de intenção, mas, então, nunca mais sairíamos daqui.

O Sr. Presidente: - Sr. Primeiro-Ministro, o seu tempo esgotou-se.

O Orador: - E é essa a imagem que degrada os políticos.
Venho aqui propor um referendo e fazer uma sugestão que releva, aliás, do bom senso. V. Ex.ª até tem o direito de discordar, mas não tem o direito de ver aqui qualquer intenção oculta. Tem o direito, isso sim, de aceitar, ou não, a proposta. Pela minha parte, continuo sem saber se o Bloco de Esquerda quer verdadeiramente um referendo, ou não, e continuo, aliás, sem saber se, no caso de haver referendo, o Bloco de Esquerda é a favor do "sim" ou do "não" à Europa, o que, julgo, ninguém ainda compreendeu.