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0553 | I Série - Número 011 | 11 de Outubro de 2003

 

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - E o senhor acreditou no Estaline!

O Orador: - Não se incomodou nada, viveu tranquilamente, dormiu calmamente, durante todos esses anos em que o negócio das armas falava mais alto…

Vozes do BE e do PCP: - Muito bem!

O Orador: - … do que qualquer princípio dos direitos humanos e do respeito por aquelas populações. Era meramente o interesse de Estado, o interesse mesquinho dos negociantes de armamento…

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - Muito bem!

O Orador: - … e de quem, aliás, dava ordens, que eram os Estados Unidos da América.
Quero lembrar-lhe que o Conselho de Segurança não condenou o massacre dos curdos, porque os Estados Unidos da América ameaçaram vetar essa resolução.

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - Muito bem!

O Orador: - Devo dizer-lhe, além disso, que nos deu uma notícia: afinal, sempre viu um "relatoriozinho"! Esse "relatoriozinho" é o relatório britânico que deu origem a uma comissão de inquérito dirigido por Lord Huttone e que foi desfeito na opinião pública e nas instituições pela justiça britânica.

Aplausos do BE, do PCP e de Deputados do PS.

Sabemos, agora, portanto, que nos deve uma desculpa, ou, pelo menos, que deve uma desculpa aos portugueses por ter acreditado nessa mentira que lhe "venderam". E isto é evidentemente muitíssimo importante.
Sobre a questão das Nações Unidas, repare, Sr. Primeiro-Ministro: estamos a falar de um direito internacional que é viciado, que é destroçado. E o senhor fez parte do eixo de todos aqueles que queriam impedir qualquer princípio que fosse de direito, em nome da coligação guerreira.
Isto leva-nos à questão fundamental. Diz que seguiu o nosso conselho. Pois claro, deve haver um referendo em condições que permitam aos portugueses pronunciar-se. Toda a gente percebe, aliás, que é uma brincadeira a conjugação com as eleições europeias, em que há 65% de abstenção. Não há qualquer condição, Sr. Primeiro-Ministro, na base da criação dessa confusão, de ter uma decisão vinculativa. A decisão é a que deriva da clarificação, que até agora o senhor não fez, acerca do que quer fazer nesse referendo e das consequências que esse referendo deve ter.

Vozes do BE: - Muito bem!

O Orador: - Mas devo dizer-lhe uma última palavra. Falou-nos de pessoas. O Sr. Primeiro-Ministro vem aqui, depois da vingança "a frio" do Ministro Martins da Cruz, depois de ele ter dito que é sua responsabilidade - sua, pessoal - a gestão de uma crise que se arrastou ao longo do tempo, até tornar inevitáveis duas remodelações em menos de uma semana. Este é o problema. Sr. Primeiro-Ministro, o País, hoje, sabe que Daniel Campelo não fazia o que se faz no seu Governo. Daniel Campelo não tinha, que se saiba, um sobrinho na Suíça, com operações de centenas de milhares de contos num offshore do Luxemburgo. E, que se saiba, Daniel Campelo, que fez o que fez e que enfraqueceu a credibilidade da democracia portuguesa, por uma falta de princípios e de responsabilidade, também não tinha nenhum chefe de gabinete para "meter cunhas" para a família e para mudar leis a seu favor.

Vozes do BE: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, o seu tempo esgotou-se. Tenha a bondade de concluir.

O Orador: - Com certeza, Sr. Presidente.
Esse é o seu problema, Sr. Primeiro-Ministro. E o Sr. Primeiro-Ministro sai daqui "manchado" pela dificuldade de ter aquele mínimo de credibilidade que se espera e desejaria de um Primeiro-Ministro.

Aplausos do BE e de Deputados do PS.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: - Sr. Presidente, Sr. Deputado Francisco Louçã, V. Ex.ª continua incorrigível.

Risos do PSD, do PCP e do BE.