O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1742 | I Série - Número 030 | 11 de Dezembro de 2003

 

Veja-se o estado em que se encontram equipamentos como o Centro de Saúde de Aljustrel, o Centro de Saúde de Santarém ou a Extensão de Saúde do Pinhal Novo. São instalações indignas, degradadas, incapazes de oferecer o mínimo de conforto e segurança a quem lá se dirige, quer do ponto de vista sanitário quer das infra-estruturas eléctricas, de saneamento ou climatização, quer do estado em que se encontram os próprios gabinetes médicos e de enfermagem.
No caso da Extensão de Saúde da Avenida do Bocage, no Barreiro, a sala de espera é o passeio da Avenida. As instalações não permitem, por falta de espaço, esperar por uma consulta no interior do edifício.
Noutras Extensões de Saúde como a de Santa Iria da Azóia, que ontem mesmo visitámos, ou a do Bairro de Santos Nicolau, em Setúbal, entre outras, os doentes são obrigados a subir as escadas até ao terceiro piso, porque os serviços estão instalados entre o primeiro e o terceiro piso de um edifício sem elevador. Escusado será explicar o que isto significa para a saúde daqueles utentes…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Muito bem!

O Orador: - Mas enquanto estas e outras instalações apresentam gritantes necessidades de substituição, por outro lado, vemos unidades de saúde que foram construídas há meses, ou mesmo anos, e que continuam sem data prevista para entrar em funcionamento. E isto porque não se sabe quando é que os profissionais e equipamentos serão disponibilizados!
São os casos de Centros e Extensões de Saúde como o de Torres Vedras, ou o de Miratejo (no Seixal), ou o do Vale da Amoreira (na Moita), ou da Moita (na Marinha Grande).
Ou ainda o caso do futuro hospital distrital do Litoral Alentejano, um hospital que está concluído, com uma parte do equipamento já pronto a funcionar…, mas que não se sabe quando, nem como, terá o pessoal necessário, muito menos, quando abrirá as suas portas ao público. A própria indefinição quanto à existência, ou não, de uma maternidade mantém-se, ao arrepio das promessas feitas em campanha eleitoral.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Bem lembrado!

O Orador: - Entretanto, encerradas que foram diversas valências do velho hospital de 161 anos - que "há-de ser substituído"… -, as populações daquela região são obrigadas a fazer deslocações de mais de 80 km para aceder a cuidados hospitalares.

O Sr. Honório Novo (PCP): - Muito bem!

O Orador: - Há anos que vimos alertando para o que se passa naquele hospital - aliás, como há anos vimos alertando para as impossíveis condições do Hospital Distrital de Seia.
De resto, a reiterada relutância do Sr. Ministro em enfrentar aquele cenário é já um veemente testemunho da situação que ali se vive. Pois imagine, Sr. Ministro: se a V. Ex.ª lhe custa tanto lá ir, imagine o que custa a quem lá vai por estar doente!

Vozes do PCP: - Exactamente!

O Orador: - Mas sobre as dificuldades sentidas na vida dos hospitais, poucos exemplos serão mais sugestivos do que a recente iniciativa do Departamento de Cirurgia do Hospital Distrital de Santarém: nada menos do que um "campeonato da melhor solução" para gerir aquele serviço.

A Sr.ª Luísa Mesquita (PCP): - Oiça bem, Sr. Ministro!

O Orador: - Dizia o anúncio em questão que "o autor da melhor ideia do ano seria premiado com um fim de semana numa pousada; para a melhor ideia do trimestre, um jantar oferecido num restaurante da cidade; para a ideia do mês, um DVD à escolha do premiado."!…
O Governo, ao que sabemos, não terá concorrido, até porque, com as ideias que tem vindo a defender, não havia de ganhar nem uma cassette pirata…

Aplausos e risos do PCP.

Mas, se as ideias do Governo são más para o País, a actuação concreta não é melhor.