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1902 | I Série - Número 033 | 19 de Dezembro de 2003

 

Porque a tradição portuguesa tem coisas boas, mas também tem coisas más. A tradição portuguesa teve uma Inquisição que se baseava na delação, na suspeita, na insídia… E V. Ex.ª faz casos políticos sempre baseados na insinuação.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Diz o Sr. Deputado que o problema da Lusíada foi lançado porque A ou B tem alguém amigo que trabalha ou trabalhou na Lusíada. Isto é tão mesquinho, Sr. Deputado, é tão mesquinho.

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Isto é sistematicamente o que há de pior. É por isso que digo que os senhores estão a reduzir o exercício daquilo que podia e devia ser uma oposição séria, moderna, avançada e com ideias novas trazidas pelo Bloco de Esquerda, que até surgiu como um partido interessante, ao trazerem um exercício de maledicência, de insinuação e, ultimamente, de intriga, porque a vossa última esperança, que não vai concretizar-se, é a de tentarem dividir os partidos da maioria. É muito pouco, Sr. Deputado! Este é, de facto, um problema interessante que a sua intervenção me sugeriu: saber qual é o estilo de oposição para o nosso país. Não seria melhor termos políticas, ideias alternativas do que a tal democracia imediata, que é conveniente para abrir os telejornais, mas que procura todos os dias degradar o respeito pela solução política e pela democracia no nosso país?
E digo-lhe, Sr. Deputado: não tenho medo do debate, venho aqui e respondo! Trouxe hoje um tema que me parece da maior importância para o País e VV. Ex.as colocaram outro. Mas eu respondo, dou exemplos e afirmo a minha posição como uma posição coerente.
Mas, deixe-me dizer-lhe, Sr. Deputado, o referendo teve o resultado que teve - ainda que, obviamente, com uma participação que não foi tão grande como aquela que provavelmente gostaríamos - e sobre esta matéria coloco-lhe a seguinte questão: imagine que o resultado do referendo era "sim". O que é que V. Ex.ª diria se houvesse alguma bancada a reclamar aqui uma votação contra o resultado do referendo?!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O que V. Ex.ª não diria!!… Diria que era preciso ter respeito pela vontade popular e, eventualmente, até procuraria sugerir que estaríamos ligados a outros tempos anteriores à democracia.

O Sr. Presidente: - Sr. Primeiro-Ministro, o tempo de que dispunha esgotou-se. Tenha a bondade de concluir.

O Orador: - Por isso, Sr. Deputado, não se pode ser selectivo em termos democráticos, tem de se afirmar princípios e regras.

A Sr.ª Elisa Guimarães Ferreira (PS): - Responda, Sr. Primeiro-Ministro!

O Orador: - Para mim, a questão, hoje, é esta: o aborto tem a ver com a consciência de cada um, que só deve ser decidida por referendo.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Nós estamos contra um referendo, já o dissemos durante a presente legislatura, para alterar aquilo que foi decidido, ainda não há muitos anos, através de voto popular directo.

A Sr.ª Elisa Guimarães Ferreira (PS): - Mas porquê?!

O Orador: - Esta é a nossa posição, esta é a posição coerente. Gostaria que outros mantivessem a mesma coerência.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Ferro Rodrigues, tenha agora a bondade de concretizar a ofensa para eu poder dar-lhe a palavra.