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2452 | I Série - Número 044 | 29 de Janeiro de 2004

 

os resultados. Aos virtuais 3,9% do défice de 2003 deverão acrescentar-se, pelo menos, mais dois pontos percentuais devido às operações de engenharia financeira, que não correspondem a nenhuma efectiva consolidação das contas públicas. E, em relação a 2004, o que temos pela frente é a continuação de uma perda de velocidade em relação à União Europeia e do aumento do desemprego, que em finais de 2003 já atingia mais de 450 000 trabalhadores.
É este o resultado a que a política do Governo está a conduzir o País. É não somente uma crise económica e social profunda, mas também uma crise de valores, de valores éticos, de valores morais, de valores de coerência, de confiança nas instituições do Estado. O que pensarão os portugueses quando verificam, todos os dias, que saem do próprio Governo os piores exemplos?

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Talvez tenha sido por isto tudo que lemos, neste fim-de-semana, o grito de alma de um conhecido empresário português: "Faça-se a Ibéria!". Entreguemo-nos à Espanha! E o que é interessante verificar é que os mesmos que agora afirmam que Portugal não tem futuro se não se ligar à Espanha, os mesmos que vendem as suas empresas aos investidores espanhóis,…

O Sr. Bruno Dias (PCP): - Exactamente!

O Orador: - … os mesmos que, quando recebem uma empresa privatizada, tratam de a passar por milhões aos nossos vizinhos da Meseta Ibérica são os mesmos que assinaram um tal "Manifesto dos 40" que tanto clamava pela manutenção, em Portugal, dos centros de decisão económica e financeira.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, o tempo de que dispunha esgotou-se. Tenha a bondade de concluir.

O Orador: - Vou terminar, Sr. Presidente.
Face a um Governo e a uma maioria de direita com estes comportamentos, face a uma classe empresarial que aspira pela invasão dos espanhóis, seria, de facto, para descrer do futuro deste país como país independente e soberano. Mas não o cremos. Portugal tem dentro de si, como sempre teve, as forças sociais e políticas necessárias à construção de um País desenvolvido, aberto ao mundo, mas soberano e independente, que se mobiliza por causas, que luta por mais justiça social.
Esta é a nossa mais profunda convicção!

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

Vozes do BE: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Lino de Carvalho, bem sei que V. Ex.ª representa, nesta Casa, um círculo eleitoral de forte ruralidade, mas deixe-me que lhe diga que, referir-se a um qualquer partido parlamentar como sendo levado à arreata por outro, me parece um pouco pesado. É certo que V. Ex.ª utilizou essa frase em sentido figurado, mas não gostaria, com certeza, que se dissesse o mesmo do seu partido. Gostava que se respeitasse a regra de não fazer aos outros aquilo que não queremos que nos façam a nós.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Sr. Presidente, penso que "arreata" não é nenhuma figura desprestigiante. Aliás, é uma figura de retórica, como o Sr. Presidente referiu. Posso dizer, então, de outra forma: que o CDS impõe as suas orientações mais conservadoras ao PSD, na coligação. É isso, Sr. Presidente.

Vozes do PCP: - Muito bem!