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2459 | I Série - Número 044 | 29 de Janeiro de 2004

 

da chamada "solução final", do extermínio do povo judeu.
Numa primeira fase, as actividades culturais, comerciais e financeiras dos judeus foram boicotadas e vandalizadas, livros de autores judeus foram queimados em praça pública e todos os judeus foram destituídos de cargos públicos.
A partir de 1935, entraram em vigor as chamadas "Leis de Nuremberga", que privaram os judeus da sua cidadania e proibiram o seu casamento com cidadãos alemães. Este foi o princípio de toda uma campanha sistemática de perseguição à população alemã judia.
Confusos e amedrontados, muitos dos judeus na Alemanha optaram por partir e emigrar para os Estados Unidos, para a Península Ibérica e para a Palestina britânica.
No entanto, a maioria permaneceu na Alemanha, na esperança de que toda esta "loucura" passasse ou, pelo menos, não aumentasse a sua proporção.
O mundo não reagiu a tempo. Não existiram manifestações públicas de desaprovação das políticas nazis, nem por parte dos alemães, nem por parte de líderes religiosos, nem pelas potências estrangeiras. E este silêncio ensurdecedor trouxe à superfície o profundo anti-semitismo que ainda prevalecia na Europa.
Com a invasão da Polónia, em 1939, e o início da Segunda Guerra Mundial, todas as propriedades de judeus situadas em áreas sob o controlo nazi (incluindo a Áustria, a Checoslováquia e outros países invadidos) foram confiscadas e os judeus colocados em guetos e campos de trabalho forçado.
Enquanto o exército alemão avançava sobre os Balcãs e a União Soviética, brigadas SS aniquilaram populações judias de vilas e cidades inteiras, tendo transportado centenas de milhares para campos de concentração.
Em 1942, no seguimento da famosa e sinistra Conferência de Wannsee, começou a implementação da "solução final" em Sobibor, Treblinka, Belzec, Aushwitz-Birkenau e noutros campos de concentração.
Chegavam comboios, transportando em condições inumanas judeus de toda a Europa. Muitos eram imediatamente mortos em câmaras de gás ou por pelotões de fuzilamento. Os restantes eram forçados a trabalhar nas piores condições, acabando por morrer à fome, de doença, executados ou vítimas de experiências médicas inumanas.
Desta forma, aproximadamente 6 milhões de judeus, homens, mulheres e crianças, foram assassinados durante o Holocausto. Cerca de 500 000 ciganos, pessoas com deficiências físicas e mentais, homossexuais e adversários políticos foram também exterminados pelos nazis na Europa, durante este período.
O efeito nos sobreviventes de todos estes actos abomináveis de perseguição são inimagináveis. No entanto, ainda que, frente a uma morte certa, verdadeiros actos de heroísmo foram cometidos.
Nos guetos e nos campos de concentração, foram organizados grupos de resistência; os judeus combatiam valentemente, tendo apenas alguns sobrevivido.
Várias pessoas de todos os quadrantes e religiões arriscaram as suas vidas, escondendo crianças judias e até famílias inteiras ou ajudando a obter documentos para a sua fuga - e é bom aqui recordar o caso do cônsul português Aristides de Sousa Mendes.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Pára-quedistas judeus da Palestina foram lançados sobre a Europa ocupada, por forma a organizarem rotas de fuga. No entanto, muitos foram apanhados e executados.
Os perturbantes testemunhos dos sobreviventes do Holocausto foram expressos de várias formas - oral, escrita e artística.
Relatos de familiares e amigos que pereceram, programas educacionais em escolas e universidades, museus e dias de memória do Holocausto continuam a tentar dar resposta às questões acerca deste terrível período da história moderna.
Hoje, passados mais de 50 anos dos acontecimentos do Holocausto, é fundamental para nós relembrar e nunca esquecer. Este é um tema que deve ser abordado com profunda seriedade, pois faz-nos reflectir sobre a crença cega na bondade da humanidade.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O anti-semitismo não é um assunto recente, estando as suas marcas bem presentes e de uma forma inesquecível ao longo da nossa História. No entanto, não se limita ao passado. Hoje, o pesadelo ainda não terminou, nomeadamente se tivermos presente as inúmeras manifestações de crescimento de anti-semitismo na Europa,…

Vozes do CDS-PP: - Exactamente!