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4466 | I Série - Número 082 | 30 de Abril de 2004

 

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O segundo ponto é a estranheza deste debate.
O Sr. Deputado Luís Carito declinou falar, na sua intervenção, sobre aquilo que constituiu a agenda do PS meses a fio; declinou falar no défice, assunto que é de somenos importância… Claro que o Sr. Deputado não quis falar porque se projectássemos a tendência de crescimento dos gastos em saúde tínhamos neste momento um "buraco" orçamental na saúde, Sr. Deputado, que nos levaria, de facto, ao desastre, e V. Ex.ª não quer falar nessa matéria; também não quer falar nos indicadores de gestão dos hospitais SA. O Sr. Deputado Afonso Candal é que, como tem uma relação mais íntima, mas desconfiada da contabilidade,…

O Sr. Afonso Candal (PS): - Desconfio da sua!…

O Orador: - … costuma brindar-nos com os seus ditirambos dilemáticos sobre a contabilidade e as torturas em que ela o obriga a estar. Faz-nos lembrar, às vezes, Otelo, de Verdi, na sua relação com Desdemona, sua mulher, que suspeitava tanto dela que queria que ela lhe fosse infiel, não o sendo ela. E V. Ex.ª também em relação aos dados da contabilidade manifesta suspeição que o leva a increpar os revisores oficiais de contas, os conselhos fiscais e o conjunto de profissionais que trabalha.
Quando V. Ex.ª, um dia, sair dessas suas dificuldades, anuncie-nos porque teremos todo o prazer em retomar os debates que o Deputado Luís Carito não quis.
O Sr. Deputado Luís Carito refugiou-se em temas que pensou que nos surpreenderiam.
V. Ex.ª veio falar de equidade, de acesso universal, mas omitiu, cuidadosa e pudicamente - diria eu -, os resultados extraordinários que hoje existem sobre o combate às listas de espera e sobre o anúncio feito - repito, feito - de que temos agora listas de inscritos, temos tempos médios de espera que se aproximam do que é clinicamente aceitável e, estamos, portanto, na viragem.
Perdoe-me que lhe diga, mas, V. Ex.ª, a certa altura, parecia-me um marciano. Descreveu tão apocalipticamente a situação dos hospitais, falando em macas, em urgência, de pessoas a esperar, como se isso tivesse acontecido agora.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, o seu tempo esgotou-se.

O Orador: - Termino já, Sr. Presidente.
É quase ridículo isso.
Terá V. Ex.ª conhecimento, por exemplo, ao nível dos centros de saúde, de que o Governo - e muito bem! - erigiu como a sua grande batalha, na sua reforma estrutural para o ano 2004, o progresso que já foi feito no âmbito da marcação de consultas e da melhoria da qualidade de atendimento? Agradeço que leia os documentos do Governo.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Luísa Portugal.

A Sr.ª Luísa Portugal (PS): - Sr. Presidente, Srs. Ministros, Sr. Secretário de Estado, Sr. Ministro da Saúde, hoje estamos aqui, de facto, para analisar dois anos de actuação do seu Ministério face aos problemas de saúde dos portugueses.

Vozes do PS: - Muito bem!

A Oradora: - Como penso que o Sr. Ministro é o Ministro da Saúde e não é o ministro dos negócios da saúde,…

O Sr. José Junqueiro (PS): - Se calhar é!…

A Oradora: - … é quanto a problemas muito concretos de saúde que vou colocar-lhe algumas questões sobre as quais espero que haja respostas ainda hoje.

Vozes do PS: - Muito bem!

A Oradora: - Sr. Ministro, quanto às estratégias para as doenças infecciosas, particularmente em relação à tuberculose: sabemos que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera e recomenda que a tuberculose seja enquadrada numa estratégia de emergência global, o que quer dizer que não podemos