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4939 | I Série - Número 090 | 21 de Maio de 2004

 

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - O senhor gostaria de ter, já hoje, as conclusões do congresso que vai iniciar-se amanhã. É uma prática que posso admitir outros partidos sigam, mas não poderá impô-la ao Partido Social-Democrata. Nós temos as nossas regras e temos respeito pelos nossos militantes.

Aplausos do PSD.

E há uma diferença: percebo que o Partido Socialista já só está a pensar no seu congresso do próximo mês de Novembro, já não consta outra coisa da sua agenda política. Infelizmente, percebemos e sentimos isso. Para o Partido Socialista, as próximas eleições europeias já são uma espécie de primárias do congresso de Novembro, porque isso é que realmente está em jogo, isso é que conta, o saber como vão conseguir substituir a vossa liderança. Esse é um problema que, de facto, o PS tem em mãos, sentimo-lo no nosso dia-a-dia.
Mas os senhores perceberão que nós não temos esse problema. Nós temos um rumo claro, uma opção estratégica assumida, temos objectivos que estamos a atingir. Portanto, vamos continuar neste registo. Não vamos alterar a nossa forma de estar em função daquilo que, na nossa óptica, é, infelizmente, a atitude do Partido Socialista.
O congresso de Novembro do Partido Socialista, esse sim, está nas páginas dos jornais, como referi há pouco. Há até candidatos assumidos, como sabemos.
Aliás, se me permitem um parêntesis, já que o Sr. Deputado Augusto Santos Silva se dirigiu ao nosso cabeça-de-lista para as eleições europeias, devo referir que este facto notável que ocorreu: o adversário do actual líder do Partido Socialista, há alguns meses, sugeriu um cabeça-de-lista para as eleições europeias. Naturalmente, por objectivos que bem compreendo, sugeriu o pior possível para o Partido Socialista. E o mais notável, o que devemos registar com alguma surpresa, é que o actual líder aceitou a sugestão - veja-se lá! - e conseguiram escolher aquele que é o pior cabeça-de-lista para o Partido Socialista. Nós sentimo-lo e os portugueses sentem-no.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, o seu tempo esgotou-se.

O Orador: - Em conclusão, Sr. Deputado, nós temos um rumo e uma estratégia. Não se preocupe com o PSD; preocupe-se, sim, com o Partido Socialista, que, hoje, está colado e a reboque da extrema esquerda, no nosso país. Isso, sim, é preocupante para a nossa democracia.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Augusto Santos Silva.

O Sr. Augusto Santos Silva (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Duarte, o Sr. Deputado sabe que a minha consideração por si não é menor do que a que tem por mim. Portanto, agradeço-lhe a sua questão e o tom em que sempre as coloca.
De facto, fiz uma intervenção sobre um não-acontecimento. O não-acontecimento é o congresso do PSD. Mas esse não-acontecimento tem significado político e era sobre esse significado político que gostaria que o debate se fizesse.
Aliás, devo dizer-lhe que, como democrata, entendo que os partidos políticos são essenciais - e não é só o Partido Socialista, mas todos os partidos. E custa-me sempre que o congresso de um partido seja preparado com discussões que envolvem desde notas oficiosas a oficiais de gabinetes de presidentes de câmara, referindo-se à vida sentimental dos ditos presidentes, até "avisos públicos" de Deputados do PSD dizendo que o congresso não pode ser uma "feira de vaidades"…!
Gostaria que o congresso do PSD respondesse a algumas perguntas, que nós temos e todo o País tem, em relação ao PSD. Os senhores o que são? Liberais ou sociais-democratas?

Aplausos do PS.

Vozes do PS: - Liberais!