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9 DE NOVEMBRO DE 2006

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O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Vamos ver se não vai responder desta vez!

O Orador: — É a questão concreta que lhe coloco.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos.

A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro e Srs.
Membros do Governo, Sr. Ministro das Finança, não posso deixar de começar por lembrar a oportunidade que a oposição ainda tem hoje, já não digo de reconhecer que errou nas críticas que fez ao suposto irrealismo do Orçamento do Estado para 2006 — isso era pedir muito —…

O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — Só virtual!

A Oradora: — … mas a oportunidade que a oposição tem de reconhecer que o País está, hoje, melhor do que estava há um ano atrás e que a perspectiva que decorre da recuperação da nossa economia é a de que a vida do País e das pessoas possa continuar a melhorar de forma sustentada.

O Sr. Ricardo Rodrigues (PS): — Muito bem!

A Oradora: — É extraordinário como os mesmos que falam da necessidade de promover o optimismo, a esperança e a confiança são os que mesmos que recusam admitir qualquer evolução positiva em Portugal dos indicadores mais importantes para avaliar qualquer economia, mesmo quando não conseguem provar o contrário, como aconteceu ontem.

O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — Não andam na rua!…

Protestos do Deputado do CDS-PP Diogo Feio.

A Oradora: — E não é por acaso, aliás, que, de repente, a oposição deixou cair a importância da análise da execução orçamental.
O problema, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ministro, é que o País e os portugueses já perceberam, e da forma mais dura, que o optimismo, a confiança e o crescimento não acontecem com a negação ou o disfarce da realidade e muito menos com o culto do pessimismo e do «quanto pior, melhor». E, neste caso, a oposição até pode poupar-se a pruridos político-partidários. É que, vejam bem, não precisam sequer de elogiar o Governo, basta que sejam capazes de elogiar o País e os que contribuem para o seu desenvolvimento. Só isso já era extremamente importante, Sr.as e Srs. Deputados!

Protestos do Deputado do CDS-PP Digo Feio.

Ontem, o Deputado Marques Mendes assumiu que os portugueses precisam de um discurso mobilizador.
Mas que discurso mobilizador? O discurso dos que, em Plenário, dizem que este Orçamento não diminui suficientemente a despesa e passaram as duas últimas semanas, ministério a ministério, sector a sector, a lamentar e a questionar os cortes da despesa em todas as áreas? Ou o discurso dos que acusam as reformas deste Governo como pouco ambiciosas e ao mesmo tempo apoiam toda e qualquer contestação, independentemente de ser ou não justa?

O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Quem é que diz isso?!

A Oradora: — Ou, ainda, Sr.as e Srs. Deputados e Srs. Ministros, o discurso dos que, independentemente da situação económica e financeira do País, defendem sempre mais aumento da despesa, sendo absolutamente irrelevante a sua sustentabilidade económica, financeira e social?

Protestos do PSD.

Srs. Deputados, esse é o vosso discurso! O discurso mobilizador tem de acreditar na capacidade das pessoas e do País, sendo verdadeiro, como afirmou o Sr. Ministro das Finanças, e promovendo, acima de tudo, a capacidade de o Estado intervir bem onde tem de o fazer com eficiência e justiça. Não é fácil, mas é possível. Este último ano e meio prova que é possível, a execução do Orçamento para 2006 prova que é possível.
Por isso, Sr. Ministro de Estado e das Finanças, sendo certo que a oposição foge ao debate global desta proposta de Orçamento e escolhe um ou outro tema mais mediático e com mais potencial alarmista para