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9 DE NOVEMBRO DE 2006

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Aplausos do PSD.

O respeito pelos cidadãos, pela sua dignidade e pelo sentir colectivo impõe que, cada vez mais, a sociedade seja exigente quanto às boas práticas políticas — a hoje chamada, para as empresas, boa governance — e penalizadora para os que as infringem.
Só assim se restaura o bom nome dos políticos, dos que abraçam com dedicação desinteressada a causa pública, dos que, para o efeito, se dispõem a integrar, ainda que temporariamente, a chamada «classe política» e que, depois, por causa de outros – dos que de tudo se servem para a sobrevivência política —, são diariamente fustigados com o anátema de privilegiados, de oportunistas ou de troca-tintas.

Aplausos do PSD.

É pena que não esteja aqui o Sr. Primeiro-Ministro, de qualquer forma vou dirigir-me a ele.
Reli, com atenção, a intervenção que o Sr. Primeiro-Ministro fez nesta Câmara, enquanto Deputado, por ocasião da apresentação do Orçamento do Estado para 2005.
Falava, então, o Sr. Primeiro-Ministro dos truques do governo da coligação CDS-PP/PSD, ou melhor, PSD/CDS-PP, em matéria de orçamento.

O Sr. José Junqueiro (PS): — CDS-PP/PSD!

O Orador: — Não se preocupe com essa troca, porque não é o essencial.
Não podendo pôr em causa a verdade dos pressupostos ou a seriedade das propostas que o mesmo continha, tentou o Sr. Primeiro-Ministro descredibilizá-lo, com a alusão aos truques que teriam ocorrido na sua elaboração:…

O Sr. Afonso Candal (PS): — Não era preciso, ele descredibilizava-se sozinho!

O Orador: — … o truque quanto ao alegado aumento de investimento, o truque quanto às receitas extraordinárias e, finalmente, o truque quanto à alegada baixa de impostos.

O Sr. José Junqueiro (PS): — E os eleitores deram-lhe razão!

O Orador: — É hoje bom de ver, face aos dois anos de governação e ao Orçamento agora apresentado, porque é que o Sr. Primeiro-Ministro se socorreu da linguagem dos truques para falar em matéria de orçamento, e logo quanto a impostos, investimentos e até receitas extraordinárias. É que se há alguém verdadeiramente bom conhecedor de como se fazem, escondem e guardam truques é, precisamente, o Sr.
Primeiro-Ministro.

Aplausos do PSD.

E, diga-se, com um excelente sentido de oportunidade — não subestimemos esse talento — que, se fosse para o bem comum, era verdadeiramente de fazer inveja.
Guardou o Sr. Primeiro-Ministro a expressão desse talento apenas para a governação? Não! Deu-lhe asas logo na campanha eleitoral.
Primeiro truque: promessa de não aumentar os impostos. Menos de três meses depois, aumentou o IVA.
Segundo truque: criação de 150 000 novos empregos. Nem os meses todos desta Legislatura serão para isso suficientes.
Terceiro truque: promessa de crescer sustentadamente 3%. Nem os meses todos da Legislatura serão para isso suficientes.
Quarto truque: omissão quanto à cobrança de taxas moderadoras pelos internamentos ou cirurgias. Menos de 24 meses depois elas aí estão! Quinto truque — este mais feio, como o Sr. Primeiro-Ministro tanto gosta de dizer: promessa de não cobrar portagem nas SCUT. Menos de 24 meses depois elas aí estão! O que o Ministro António Mexia estudou, avaliou e concluiu em dois meses demorou o Ministro Mário Lino dois anos.

Aplausos do PSD.

Vozes do CDS-PP: — Até nem foi mau!

O Orador: — Sexto truque — este ainda mais feio, digo agora eu: a culpa de os truques não passarem disso mesmo não é do governo, é de todos nós, que somos um país de privilegiados, que não aceitamos os