I SÉRIE — NÚMERO 19
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Aplausos do PS.
Que diferença, Sr.as e Srs. Deputados, daquele ano de 2003, em que tínhamos um governo que veio aqui prever um crescimento de 1,75% e que nos conduziu a uma recessão com um crescimento negativo de menos 1,1%! Que diferença, Sr.as e Srs. Deputados, do então Ministro dos Assuntos Parlamentares — não falo de nenhum ministro do tal governo! — que, em Janeiro de 2004, o agora Deputado Dr. Marques Mendes, proclamou aqui, desta tribuna, com pompa e circunstância: «Acabou a recessão e iniciou-se a retoma»! Sabemos bem o que é que aconteceu depois destas sábias palavras de Janeiro de 2004.
O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — E agora, acabou a crise?
O Orador: — Logo no trimestre seguinte, do segundo para o primeiro trimestre, o crescimento da economia caiu de 1,8 para 0,9; no trimestre seguinte, no quarto trimestre, já estávamos mesmo em 0,7; e, no primeiro trimestre de 2005, quando este Governo chegou ao poder, já íamos a caminho de uma nova recessão com um novo crescimento negativo de 0,1%.
O Dr. Marques Mendes devia ter aprendido já em 2004 que devia ser muito prudente nas suas previsões económicas, porque o Dr. Marques Mendes sempre que prevê que algo sobe, vai descer; e sempre que prevê que desce, vai subir.
Risos e aplausos do PS.
Mas, infelizmente para o País, o Dr. Marques Mendes não aprendeu a lição. Por isso, o Dr. Marques Mendes, há um ano, em 7 de Setembro de 2005, aquando da preparação do Orçamento do Estado para 2006, fez uma nova previsão. Disse então o Dr. Marques Mendes: «Estamos praticamente já a entrar numa nova recessão» E, já em Março de 2006, o Dr. Marques Mendes voltou a fazer uma previsão: a de que íamos atingir um número recorde de meio milhão de desempregados, tendo mesmo afirmado «é a primeira vez na História que vamos atingir este número recorde de desempregados».
A verdade é que nem entrámos na recessão, nem atingimos esse número recorde de desempregados. A verdade é bem diferente, a verdade é que, lenta mas seguramente, a economia inverteu o seu ciclo: deixámos de ir a caminho da recessão, como estávamos quando tomámos posse, e lenta mas seguramente estamos a crescer, e estamos a crescer a criar emprego. E é por isso que a taxa de inflação, pela primeira vez em muitos anos, teve já este ano uma redução de 10%.
O Sr. Afonso Candal (PS): — Muito bem!
O Orador: — Descemos de 8% de taxa de desemprego para 7,73% na taxa de desemprego, com a criação de 48 800 postos de trabalho líquidos, ou seja, a diferença entre os postos de trabalho que se extinguiram e os novos postos de trabalho criados.
Aplausos do PS.
Os portugueses sabem, por isso, hoje, em quem podem confiar neste debate orçamental.
Protestos de Os Verdes e do Deputado do PCP Honório Novo.
Os portugueses sabem que não podem confiar nas oposições, que prevêem mal e prometem péssimo, mas sabem que podem confiar neste Governo e neste Primeiro-Ministro, que previu bem e executou melhor, dando, por isso, garantias de uma boa execução do Orçamento para 2007.
Aplausos do PS.
Foi por isso que a oposição não quis discutir o fundo deste Orçamento, nem nunca quis discutir o estado da nossa economia. A oposição, ao longo de todo este debate, procurou centrar-se em pequenos episódios, em pequenos casos, em pequenos pormenores, procurando criar novos casos na opinião pública.
Neste afã de seguir toda a contestação, o PSD deixou-se mesmo colocar a reboque do maior exemplo de irresponsabilidade financeira nos últimos 30 anos de democracia portuguesa, que é a gestão financeira da Região Autónoma da Madeira.
Aplausos do PS.
Vozes do PSD: — E a das SCUT?