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I SÉRIE — NÚMERO 38

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O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Tudo verdade!

A Oradora: — E quais são, Sr. Ministro, as principais vítimas desta política? Obviamente que são o interior do País e os mais desfavorecidos, como, por exemplo, Gouveia, cuja escola secundária aqui está presente nas galerias e que eu cumprimento.
É por isso, Sr. Ministro, que só com amarga ironia podemos ler no Programa do Governo que os portugueses têm o direito de esperar do sistema de saúde acolhimento e cuidados de elevada qualidade, independentemente do local onde vivem.
Na verdade, Sr. Ministro, o que temos é uma política de saúde do quase nada: quase nada universal, quase nada humanizada, quase nada acessível…

O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Pois é!

A Oradora: — … e quase nada praticada.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem!

A Oradora: — Isto é, é o «Ministro do quase nada», é uma política que está a matar o interior do País e a empurrar os ainda resistentes que lá habitam para a emigração para as grandes cidades do litoral.
Por outro lado, o Sr. Ministro sabe perfeitamente que, hoje, o grande problema da saúde em Portugal não está propriamente no número de médicos mas, sim, na sua má distribuição por especialidades e, sobretudo, na sua má distribuição geográfica. Sobre isto, o que é o que o Sr. Ministro já fez ou vai fazer?

Vozes do PSD: — Nada, ou quase nada!

A Oradora: — Para já, no início deste ano, deixou 883 médicos «na rua», por colocar!

O Sr. Ricardo Rodrigues (PS): — Já estavam!

A Oradora: — Sr. Ministro, por que não os colocou onde eles fazem mesmo falta? Por exemplo — e isso era boa sugestão —, colocava-os no interior do País, de forma a que eles pudessem radicar-se lá, fazendo aí as suas consultas.
Sei que esta medida poupa 1,5 milhões de euros, Sr. Ministro. Mas diga-me quanto perderam e quanto sofreram os portugueses?

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem!

A Oradora: — Sr. Ministro, para ilustrar o que acabei de dizer e ficar claro que estamos a falar de uma triste e dura realidade do nosso país, vou dar-lhe dois exemplos concretos. O primeiro exemplo é o seguinte: a imprensa de hoje refere que os doentes do Hospital Distrital de Faro chegam a esperar mais de dois anos por consultas de cardiologia e de neurocirurgia e que nem sequer conseguem marcações em consultas de oftalmologias e de ortopedia. Como o de Faro há outros hospitais por aí espalhados, no País. O Sr.
Ministro sabe disto? Vai desmenti-lo ou o que é que vai dizer aos portugueses?

O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Pois é!

A Oradora: — Para terminar e quanto ao segundo exemplo, V. Ex.ª repetiu aqui várias vezes, à exaustão, que a decisão de encerramento dos blocos de parto do futuro centro hospitalar na Beira Interior era da responsabilidade dos conselhos de administração dos três hospitais. Pois bem, Sr. Ministro, há um mês e meio, mais precisamente no dia 4 de Dezembro de 2006, um desses hospitais refere que não foi definida a localização dos blocos de partos visto que esta decisão é do Sr. Ministro da Saúde. Está aqui referido, numa informação que tenho. Então, afinal, em que ficamos, Sr. Ministro?

O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Muito bem!

A Oradora: — Quem fala verdade? Os portugueses exigem e precisam de saber a verdade, aqui, nesta Câmara, Sr. Ministro. É essa a sua obrigação e é isso que os portugueses esperam de V. Ex.ª.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Saúde.