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20 | I Série - Número: 053 | 24 de Fevereiro de 2007

Aplausos do PS.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Isso é miserável, do ponto de vista intelectual!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Que vergonha!

O Orador: — Acho absolutamente extraordinário, também, que a Sr.ª Deputada diga que as formações de 1.º ciclo são altamente desqualificadas. Os portugueses, portanto, são altamente mais estúpidos, na opinião da Sr.ª Deputada,…

Protestos da Deputada do BE Alda Macedo.

… do que todos os outros europeus, na medida em que a formação que está generalizada em toda a Europa é precisamente a de 1.º ciclo…

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Isso não é verdade! É uma falsidade!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não foi isso que a Sr.ª Deputada disse!

O Orador: — … e não consta que ela esteja altamente desqualificada.

O Sr. Honório Novo (PCP): — É inaceitável! Um homem destes a dizer uma coisa destas!

O Orador: — Julgava que a Sr.ª Deputada estava do lado da modernidade e que defendia que as condições de formação, em Portugal, deveriam ser idênticas às dos países mais desenvolvidos da Europa.
Além disso, a Sr.ª Deputada pergunta-me se estou de acordo que deve haver conselhos do ensino superior não eleitos que definam orientações de carácter vinculativo. Não estou de acordo, Sr.ª Deputada! A Sr.ª Deputada pergunta, ainda, se entendo que as instituições públicas de ensino superior podem ter o estatuto de entidades não estatais, continuando a ser públicas. Sr.ª Deputada, isso é o que acontece, desde há muitos anos, em Inglaterra.

O Sr. António Filipe (PCP): — E eles estão satisfeitos?!

O Orador: — Em Inglaterra, as instituições de ensino superior públicas não são estatais, mas são públicas.

O Sr. António Filipe (PCP): — Quero lá saber da Inglaterra!

O Orador: — Quero lá saber de Inglaterra — foi o que disse o Sr. Deputado, não é verdade?

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Pois foi!

O Orador: — Claro! Acho que não devemos querer saber o que se passa no resto do mundo…!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — O Sr. Ministro está desesperado!

O Orador: — Disse-me a Sr.ª Deputada que é absolutamente indispensável que em todos os modelos de ensino superior europeus os professores sejam funcionários públicos. Pois deixaram de o ser há mais de 20 anos, na Holanda. Podemos olhar para essa experiência e ver se isso «precarizou» o emprego ou se melhorou a universidade. É uma análise que está a ser feita. O debate de orientação durante os próximos dois meses é precisamente esse, Sr.ª Deputada. O que aqui defendo não é nenhum modelo fechado, o que entendo é que deve haver diversidade nesta matéria, em Portugal, e o nosso país deve abrir-se a essa diversidade. A Europa está toda a mudar neste domínio e alguns destes modelos não são novos, são antiquíssimos, e provaram a sua viabilidade. Quais são as vantagens e os inconvenientes é uma matéria que deve ser ponderada, sou o primeiro a dizer que deve ser ponderada, mas não devemos ficar fechados nos modelos antigos, cujos inconvenientes também conhecemos muitíssimo bem.
Por último, Sr.ª Deputada, quanto à sua afirmação, que espero que fosse também uma pergunta, sobre se as faculdades de ciências sociais e humanas vão sair perdedoras desta reforma, não vejo porquê, Sr.ª Deputada. As faculdades de ciências sociais e humanas, tal como quaisquer outras faculdades e formações, têm igual dignidade. Disse-o no meu discurso, falei sempre nas formações humanas, nas formações científicas, nas formações artísticas. Em nada o financiamento público ao ensino superior distingue negativamente estas áreas; antes, pelo contrário, Portugal é dos países da Europa em que a percentagem de financiamento para a ciência afecta às ciências sociais e humanas é mais consistente.