26 | I Série - Número: 054 | 1 de Março de 2007
dissemos que essas mudanças serão feitas quando nos assegurarmos dos meios necessários para alguns encerramentos, quando nos assegurarmos de que as unidades de urgência básicas já estão a funcionar. Só nessas condições é que procederemos ao encerramento. Nós estamos a fazer tudo o que deve ser feito! Agora, Sr. Deputado, não nos deixamos impressionar com manifestações. Nós não prejudicamos o interesse geral apenas porque há um interesse local que entende que deve prevalecer para além dos demais.
Não! Isso não! Mais uma vez, Sr. Deputado, temos de rever o mapa das urgências porque isso é importante para a eficiência do nosso sistema nacional de saúde…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Do Serviço Nacional de Saúde!
O Orador: — … e para que nenhum português fique, como actualmente, longe das urgências. E há 450 000 portugueses que estão longe! Mas, se concluirmos este mapa de urgências, só ficarão 50 000 portugueses a mais de uma hora das urgências. Isso será um progresso, um ganho significativo! O que lhe peço, Sr. Deputado, é que, neste caso das urgências, o Partido Comunista não se comporte como no caso das maternidades. Já tivemos oportunidade de perceber, Sr. Deputado, que grande parte destas reformas melhora a eficiência do nosso sistema nacional de saúde.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Do Serviço!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Vá dizer isso a Vendas Novas!
O Orador: — E, como tenho a certeza de que o Sr. Deputado e o seu partido defendem um sistema nacional de saúde que compare bem internacionalmente, que preste melhores serviços, aqui está uma óptima oportunidade de defender esta reforma,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Vá dizer isso a Vendas Novas!
O Orador: — … apesar de também concordar consigo no sentido de que deve ser negociada caso a caso.
Mas, um momento, Sr. Deputado, não nos deixamos impressionar por manifestações. Aquilo que deve ser feito será feito, com razoabilidade e até em negociação com o interesse local, porque também nos interessa criar segurança para as pessoas. Mas não abdicaremos de fazer aquilo que devemos.
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Orador: — Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, quem torce e tortura as estatísticas é quem só quer apresentar uma face delas.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É o INE!
O Orador: — Se o Sr. Deputado me dá licença, é torcer as estatísticas mostrar apenas o desemprego e não falar do emprego. Isso é que é torcer as estatísticas! Eu disse a verdade: o desemprego, em 2006, subiu, mas subiu 0,04, foi o menor crescimento desde 2001.
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — É o maior dos últimos 30 anos!
O Orador: — E, em 2006, o emprego subiu, porque é possível — sabe-se que é possível, basta saber alguma coisa disto! — que o desemprego e o emprego subam ao mesmo tempo. É possível! Basta que haja mais população activa! Mas, se o Sr. Deputado não quer torturar as estatísticas, também é importante referir que, tendo o desemprego aumentado 0,04, o emprego aumentou 0,7. É a primeira vez que acontece, desde 2001! Sr. Deputado, acha que estes números me deixam confortável? Não! Entendo que a economia portuguesa tem de crescer mais e estamos a fazer um esforço para que isso aconteça.
O Sr. Presidente: — Faça favor de concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Orador: — Estamos a fazer um esforço ao nível da qualificação dos portugueses e estamos muito preocupados com isso. Essa é uma das prioridades na agenda política do Governo! Não estou nada satisfeito com esses resultados, mas, Sr. Deputado, querer esconder que há um progresso, que há uma evolução no sentido do emprego, porque, pela primeira vez, em cinco anos, a economia portuguesa criou emprego, isso, sim, é torturar as estatísticas.