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33 | I Série - Número: 057 | 8 de Março de 2007

guesa, ao desenvolvimento rural e às pescas.
Nesta matéria, V. Ex.ª, hoje, apresentou aqui situações ainda mais complexas.
As raças autóctones, por exemplo, são ainda o parente mais pobre da agricultura portuguesa, são as que têm menos apoio e as que se vislumbra virem a ter menos apoio no próximo quadro comunitário.
Ficámos hoje a saber, durante o debate, que, no que diz respeito, por exemplo, à produção de matériaprima para os biocombustíveis, o Governo aposta na indústria. Diz o Governo que é beneficiando a indústria, para a introdução de produtos produzidos no País, que vai incentivar a produção. Em vez de dizer que incentivará directamente a produção, faz o contrário! O Governo introduz conceitos vagos e abstractos, como o das fileiras, mas, depois, com programas, com medidas e com projectos nada nos é concretizado relativamente a essas fileiras.
Aquilo que o Sr. Ministro referiu para a agro-indústria é muito pouco ou quase nada. Quase não ouvimos falar, durante toda esta tarde, da política da agro-indústria para o sector agrícola. Ficámos a saber, quer através de V. Ex.ª, quer através do Partido Socialista, que a «fileira» do leite foi um bom exemplo. Pois! Provavelmente foi um bom exemplo, mas falta agora saber qual vai ser o apoio dado à agro-indústria para as outras «fileiras», na linguagem que V. Ex.ª costuma utilizar, nomeadamente, por exemplo, para a da maçã, do sector frutícola nacional, que uma das queixas que apresenta constantemente é o facto de não ter escoamento para grandes subprodutos.
Finalmente, em relação à questão da floresta, Sr. Ministro, V. Ex.ª acabou por não responder a algumas perguntas que aqui fomos fazendo, nomeadamente quais eram as áreas que tem em mente para o apoio ao ordenamento florestal. Esta é, efectivamente, uma questão importante.
Depois, no âmbito da indústria florestal, espero que ainda se diga alguma coisa sobre o que se pretende quanto ao destino de toda a floresta. A nossa floresta não pode significar produção exclusiva para as celuloses. Estamos de acordo que as celuloses representam um papel importante, mas a produção florestal não se pode destinar exclusivamente às celuloses. Para além do sector da cortiça, a floresta tem de produzir também para outros sectores industriais, designadamente para o sector do mobiliário e da construção civil, o que, obviamente, não está a acontecer, neste momento, no País. Estamos a importar muita matéria-prima para os sectores da construção civil e do mobiliário, quando o País tem possibilidade de a produzir em termos competitivos.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Ainda para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Alda Macedo.

A Sr.ª Alda Macedo (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Ministro: Permita-me que volte um pouco atrás, ao debate de há pouco, acerca do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária (LNIV), para lhe dizer que não encontrará, da minha parte nem da parte de nenhum dos Deputados desta bancada, a tentação de cair em paroquialismos bacocos que desviem a atenção daquilo que é central. E aquilo que é central é que o Sr. Ministro, quando anuncia aqui a criação de um pólo de excelência, tem de ter agregado a essa criação o devido financiamento para a mesma. E, já agora, há-de explicar por que é que, para umas coisas, diz que é preciso que os laboratórios estejam no campo, nos sítios onde estão as coisas que eles próprios investigam, mas, quando se trata da questão veterinária e do LNIV — e nós sabemos que 70% da produção animal deste país está ao sul de Leiria —, procede à sua deslocalização. Isto é um pouco estranho, é tudo um pouco estranho, sobretudo porque não deixamos de tomar em consideração que, apesar da argumentação que o Sr. Ministro traz aqui para defender as suas belíssimas intenções, temos a informação de que o Sr. Ministro, pelos vistos, tem dúvidas acerca do património do seu Ministério. E, na verdade, terrenos, metros quadrados de edifícios e de solo são, seguramente, muito mais valiosos em Lisboa do que em Vila do Conde!…

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Mistérios!…

A Oradora: — Sobre o Plano, Sr. Ministro, deixe-me dizer-lhe o seguinte: melhorar a competitividade da agricultura portuguesa passa, necessariamente, por equacionar os pontos fortes e fracos da agricultura na actualidade. E devo dizer que o Plano faz uma identificação e um diagnóstico que são exaustivos e rigorosos. No entanto, falha naquilo que é a propositura dos pontos fortes e fracos.
Como identificação de um ponto forte, aquilo que é dito é que o património natural português apresenta um elevado índice de diversidade de espécies, seja nos sectores frutícola, hortícola, pecuária ou em qualquer outro sector de produção. Este é um ponto forte da nossa realidade. Defender essa biodiversidade deve ser, naturalmente, o espaço onde a produção agrícola, em Portugal, pode ser competitiva, porque são muito poucas as fileiras de produção intensiva onde a agricultura portuguesa consegue competir com outras economias mais fortes e que, há muito mais tempo do que nós, deram passos no sentido do desenvolvimento.
Portanto, Sr. Ministro, deixe-me dizer-lhe que aquilo que está contido no Plano representa uma fragilidade muito grande ao nível da promoção de modos de produção sustentável que desenvolvam justamente o