26 | I Série - Número: 061 | 17 de Março de 2007
Talvez, às vezes, não o percebam, mas é bom que o façam, porque as pessoas começam a perceber também!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos adicionais, tem a palavra a Sr.ª Deputada Teresa Caeiro.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Secretária de Estado, penso que todos estaremos de acordo sobre as enormes virtualidades do transporte ferroviário, porque, por oposição aos demais, tem pouquíssima poluição, é menos dispendioso e é mais célere, porque não sofre as contingências do tráfego.
Em particular, a linha do Oeste, que já está constituída, ligando o Cacém, no distrito de Lisboa, a Lares, no distrito de Coimbra, atravessando, portanto, vários distritos e uma enorme população, não está, no entanto, electrificada e demora o triplo do tempo a percorrer entre Lisboa e Torres Vedras, que hoje em dia já é uma zona muito próxima de Lisboa, do que o transporte feito pela via rodoviária. Isto para não falar do facto de saírem diariamente 67 carreiras rodoviárias, portanto, muito mais poluentes, enquanto apenas três comboios estão a fazer esta ligação de uma forma rápida.
O Sr. Presidente: — Faça favor de concluir, Sr.ª Deputada.
A Oradora: — Pergunto-lhe como é que, com todas as virtualidades do transporte ferroviário, os senhores não investem neste transporte fazendo uma ligação de Lisboa a Coimbra e não proporcionam a estas populações um transporte célere que ligue os três distritos. E não estamos a falar do TGV…! Os senhores estão particularmente empenhados no TGV, mas, no que diz respeito a esta ligação ferroviária, que é uma maneira mais económica e mais célere e que poderia melhorar o transporte de todas estas populações e do nosso país, não está previsto qualquer investimento!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos adicionais, tem a palavra o Sr. Deputado José Soeiro.
O Sr. José Soeiro (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Secretária de Estado dos Transportes, ouvi a resposta que deu à primeira pergunta e tenho de dizer que aquilo que ouvi deixou-me uma fortíssima preocupação. É que, se o desenvolvimento da rede convencional ferroviária ficar exclusivamente dependente da procura hoje existente, estamos perante uma situação gravíssima. Mas talvez isso explique a falta de investimento que se tem verificado na modernização da rede ferroviária convencional, sobretudo nas zonas já penalizadas por uma política errada que tem sido praticada ao longo de dezenas de anos e que tem conduzido àquilo que sabemos: litoralização e desertificação do interior do País.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Orador: — Preocupa-me, igualmente, o tempo. Isto porque dois anos para termos orientações e, se calhar, mais dois anos para termos plano fica-nos a faltar a obra. Não há tempo para a obra! São dois anos para as orientações, dois anos para o plano e, depois, a obra ficamos a vê-la…! Neste caso concreto, quase que se poderia dizer que «ficamos a ver passar os comboios». É que a estratégia do Governo é esta: TGV para tudo! É TGV para Vigo, é TGV para Salamanca, é TGV para Huelva… Até, imagine-se, temos, no PNPOT, um TGV Beja-Faro…!! Pois é, passam tão rápidos que não se vêem!…
Risos do PCP.
Nós somos mais modestos, Sr.ª Secretário de Estado.
O que queremos saber é quando se começa a investir, a sério, na rede convencional enquanto opção estratégica e alternativa ao caos rodoviário que se vai acentuando,…
O Sr. Presidente: — Faça favor de concluir, Sr. Deputado.
O Orador: — Vou concluir, Sr. Presidente.
Repito, o que queremos saber é quando se começa a investir, a sério, na rede convencional enquanto opção estratégica e alternativa ao caos rodoviário que se vai acentuando para garantir aos cidadãos a possibilidade de usufruir de um transporte moderno, com comodidade, a preços acessíveis, alternativo à opção