24 | I Série - Número: 061 | 17 de Março de 2007
aí está ela. Este Governo teve vontade e coragem políticas para aplicar a medida, porque este Governo não adia os problemas, faz.
É esta a nossa postura.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Vamos passar à quarta pergunta relativa à modernização ferroviária das linhas do Oeste, formulada ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações pelo Sr. Deputado Feliciano Barreiras Duarte.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Feliciano Barreiras Duarte (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares, Meus Senhores e Minhas Senhoras, Sr.ª Secretária de Estado dos Transportes, as vias de transportes e de comunicações rodoviárias, ferroviárias, aéreas e portuárias são instrumentos decisivos para o desenvolvimento económico e social dos concelhos, das regiões e dos países. Da sua boa articulação e complementaridade sempre dependeram o desenvolvimento económico e social e a afirmação histórica e cultural dessas entidades.
A União Europeia tem vindo a implementar políticas comuns para todo este sector, tendo em vista aproximar e encurtar as distâncias entre os cidadãos europeus de todos os Estados-membros.
O distrito de Leiria e a região Oeste não fogem a esta regra, já que, na sua história, associada aos seus principais períodos de desenvolvimento económico e social e de afirmação política e cultural, houve sempre modernas infra-estruturas de transportes e de comunicações. Foi assim no final do século XIX, com a linha ferroviária do Oeste, foi assim nas primeiras décadas do século XX com a estrada nacional n.º 8 e foi também assim quando o porto de pesca de Peniche se transformou num dos maiores portos de pesca do País.
Nos últimos anos, Portugal fez grandes esforços de encurtamento de distâncias e de correcção de assimetrias, a este nível, no sector das acessibilidades.
Se, em Leria e no Oeste, o investimento existiu na rodovia, o mesmo, infelizmente, não se poderá dizer na ferrovia, muito em particular na linha ferroviária do Oeste, que, aliás, já é conhecida na zona como a linha do «faroeste».
Aliás, desde 1856 e até final do século XIX, as vias ferroviárias em Portugal contribuíram decisivamente para a promoção do desenvolvimento económico e social do nosso país e foram instrumentos vitais para a modernização de várias regiões.
Mas, Sr.as Srs. Deputados, nas últimas décadas a ferrovia diminuiu a sua importância na política de transportes e de comunicações. Nesse período de tempo, apenas temos assistido a algumas renovações parciais de algumas vias em certos pontos do País. Aliás, desde 1988, a rede foi reduzida em mais de 1000 km e foram encerradas cerca de 300 estações.
Por tudo isto, é hoje prioritário perceber-se qual vai ser o futuro desta linha, uma linha que em quase toda a sua história trouxe novas oportunidades de negócio e novos hábitos culturais e sociais, deitando abaixo muitas barreiras e tabus.
Com um passado glorioso e um presente a definhar, o futuro da linha do Oeste, infelizmente, parece cada vez mais adiado.
O Sr. Presidente: — Faça favor de concluir, Sr. Deputado.
O Orador: — Vou concluir, Sr. Presidente.
Com os governos socialistas, que — registe-se —, nos últimos 12 anos, entre 1995 e 2007, governaram Portugal quase 10 anos,…
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, faça favor de concluir.
O Orador: — … impõe-se esclarecer as seguintes dúvidas: porque é que o Governo decidiu acabar com a ligação directa a Lisboa, através da linha do Oeste?
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, só dispõe de 3 minutos para pedir esclarecimentos adicionais.
O Orador: — Sr. Presidente, peço-lhe só 30 segundos para terminar.
O Sr. Presidente: — É muito 30 segundos, Sr. Deputado, se não, não concluímos esta sessão de perguntas ao Governo.
O Orador: — Porque é que o Governo não transforma a linha ferroviária do Oeste numa linha moderna e num instrumento decisivo para o desenvolvimento daquela região?