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25 | I Série - Número: 062 | 22 de Março de 2007

pio da resolução do problema do equilíbrio orçamental.
Por outro lado, há que destacar, ainda, o ponto de vista económico, com o Governo a marcar presença em todas as situações problemáticas para grandes empresas deste país, apesar de, muitas vezes, os resultados poderem não ser os que todos desejávamos. De todo o modo, o Governo não virou a cara e teve grandes sucessos, como aconteceu nos casos da Autoeuropa, da General Motors ou, actualmente, no caso da Rohde.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Afinal, sempre há um spin doctor!

O Orador: — É verdade também, por outro lado, que está a ser criado emprego. E, Sr. PrimeiroMinistro, haverá aqui, porventura, um problema de comunicação do País consigo próprio, porque a verdade é que o emprego tem vindo a crescer. De todo o modo, continua a ser notícia no País — não digo que mal — o nome das empresas que fecham ou que fazem despedimentos, nomes que toda a gente vai sabendo.
Dificilmente, porém, as pessoas se recordam do nome (tirando algumas referências, como é o caso da Autoeuropa) de empresas que vão crescendo, que vão aumentando os seus investimentos e vão aumentando o emprego.
Como tal, Sr. Primeiro-Ministro, porque sei que recentemente a visitou, peço-lhe que nos fale numa empresa que ninguém conhece, mas que é, todos os anos, a segunda ou terceira maior exportadora do País, a Quimonda.

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Orador: — Faço-lhe este pedido para que as pessoas possam também fixar nomes de empresas que não estão com problemas, antes pelo contrário, e que têm contribuído para o crescimento do emprego líquido no País. Reparem que, durante os governos do PSD, o desemprego cresceu mais do que o aumento da população activa, porque havia perda líquida de postos de emprego. Havia, em cada hora, menos um português com emprego durante os três anos de governação do PSD.
Actualmente, o desemprego cresce? É um facto! Mas esse desemprego cresce menos do que o aumento da população activa, o que leva a que parte desta população encontre lugar no mercado de trabalho.
Como tal, desde que este Governo assumiu funções, há, em cada hora, mais quatro portugueses com emprego do que na hora anterior.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — E mais sete no desemprego!

O Orador: — Isto não basta, é verdade, mas mais vale haver mais portugueses com emprego do que haver menos portugueses com emprego. Esta diferença é sintomática e é decisiva, mas não basta, pelo que há que prosseguir o rumo traçado!

Aplausos do PS.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Extraordinário! Que malabarismo!

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Afonso Candal, a situação em que estava o País em Março de 2005 era muito difícil por várias razões, das quais destacarei apenas uma. A verdade mais relevante e difícil para o que era o futuro era o facto de, nessa altura, o País estar absolutamente desalentado, com falta de confiança e em descrédito relativamente à sua economia e ao seu futuro. O País estava desanimado em Março de 2005, e com boas razões para isso.
Uma delas era, certamente, o fracasso da governação anterior, que se focara num único ponto: a redução do défice. A verdade é que, ao fim de três anos, tínhamos tido uma recessão, estávamos à beira de uma segunda recessão e o défice, afinal de contas, era superior àquele que tinham encontrado os anteriores governantes quando assumiram funções.
Este descrédito, este desalento é que é preciso vencer e não bastam, para tal, dois anos! Mas o resultado que agora obtivemos contribui para reforçar a confiança e a esperança de que o País pode ultrapassar os seus problemas e encarar com mais optimismo o seu futuro. Pôr em ordem as contas públicas e reduzir o défice é absolutamente essencial para o crescimento económico e para o prestígio do Estado social.
Mais uma vez, gostaria de assinalar que o ano de 2006 foi um ano de redução da despesa e do défice e também de crescimento económico. Ora, para muitos, que sempre clamaram por um novo modelo de crescimento económico, o ano de 2006 bem pode servir de exemplo. Não crescemos em virtude do consumo mas, sim, puxados pela dinâmica do sector exportador e por alguns campeões nesse sector, é verdade.
Mas também é muito importante assinalar que as nossas exportações não cresceram apenas em volume.
As nossas exportações cresceram em intensidade tecnológica e em mais valor acrescentado, entre outras