49 | I Série - Número: 062 | 22 de Março de 2007
O Orador: — … que, em três anos, os senhores não foram capazes de fazer! Não fizeram nada! Zero absoluto, Sr.ª Deputada!
Aplausos do PS.
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Os prazos são seus!
O Orador: — Depois, no final da sua intervenção, esclareceu tudo. Só que, Sr.ª Deputada, peço-lhe que não me julgue à vossa própria medida. A tese do PSD é a de que a minha vontade, assim como a do Governo, seria a de abrandar agora o ritmo das reformas. Dizem: «Vêm aí as eleições…».
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Quais reformas?
O Orador: — Está muito enganada, Sr.ª Deputada! O ritmo reformista deste Governo vai manter-se. E vai manter-se até ao final, cumprindo o nosso dever, servindo bem o País e fazendo aquilo que, em consciência, achamos que devemos fazer para servir o País, independentemente das consequências eleitorais.
Já o fizemos no passado — começámos a fazer as reformas antes das eleições autárquicas, antes das eleições presidenciais — e nunca hesitámos um minuto. Entre aquilo que era necessário e o cálculo político daqueles que andam sempre a pensar nas eleições e no seu resultado, nunca hesitámos. Portanto, Sr.ª Deputada, não cometa, mais uma vez, o erro de me julgar à medida dos governos do PSD.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para formular a sua pergunta, tem a palavra o Sr. Deputado José Junqueiro.
O Sr. José Junqueiro (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, este debate sobre a consolidação das contas públicas é da maior importância para o País, mas percebe-se que é uma adversidade para as oposições. A verdade é que «as boas contas fazem os bons amigos», mas as boas contas do Governo não fazem grandes amigos entre a oposição. Mas a verdade, também, é que nem entre toda a oposição.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Orador: — É que não podemos, por exemplo, esquecer o discurso do PP neste debate e as declarações, ontem, à comunicação social, de reconhecimento dos méritos do Governo por parte do Dr. Ribeiro e Castro, Presidente do CDS-PP.
Aplausos do PS.
O Sr. Afonso Candal (PS): — Muito responsável!
O Orador: — E se houvesse alguma dúvida sobre esta matéria, em questões que o PSD preferiu «levantar voo» em vez de discutir números, bastava não só aquilo que o Sr. Primeiro-Ministro relembrou sobre as posições do PSD, mas tão-só ouvir o Dr. Santana Lopes, dizendo: «O meu PPD não estava de acordo com a Ota, quem está de acordo é o PSD do Dr. Marques Mendes».
Risos e aplausos do PS.
Por isso é que o Dr. Francisco Louçã diz que, à direita do PS, há aqui três ou quatro partidos, cada um falando a várias vozes, mas sem se concentrarem naquilo que é essencial.
Aliás, o Sr. Deputado Francisco Louçã, que podia aproveitar esta oportunidade para discutir com profundidade e seriedade esta matéria, fez também uma coisa extraordinária: tentou publicitar um conjunto de possíveis locais de manifestação, mas em relação ao mesmo documento utilizado pelo Sr. PrimeiroMinistro, que contém indicadores oficiais e institucionais sobre as boas notícias e o bom desempenho da economia, V. Ex.ª não teve a coragem de aqui, nesta Câmara, ler o que lá está escrito de positivo para a economia portuguesa.
Risos do Deputado do BE Francisco Louçã.
Por isso é que, muitas vezes, a oposição fala, mas não fala com credibilidade. E do que precisamos é de credibilidade, para vencer as metas que temos.
Perante um défice a 3,9%, um crescimento três vezes superior, neste período, ao dos últimos anos do governo da direita e um crescimento das exportações a uma média superior à média da União Europeia, a