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52 | I Série - Número: 062 | 22 de Março de 2007

O Orador: — Temos de perceber, com clareza, que se no momento a seguir a ter tomado posse — e com um défice estimado em 6,83% — o Governo não tivesse tomado medidas o risco do País, perante aqueles a quem devemos dinheiro, aumentaria, criando uma crise económica resultante do aumento das taxas de juro, pondo em risco o futuro dos portugueses e criando um fardo adicional para as futuras gerações.
A facilidade com que o Partido Comunista fala das contas públicas é a facilidade daqueles que querem deixar sempre para os outros os encargos que são nossos. Isso é uma irresponsabilidade, isso não deve ser feito e é por isso que lhe digo, Sr. Deputado, que esta vitória do défice controlado…

O Sr. Honório Novo (PCP): — É a vitória dos números!

O Orador: — … é uma vitória das pessoas,…

O Sr. Honório Novo (PCP): — Não é!

O Orador: — … é uma vitória dos portugueses, que não o acompanham nessa visão irresponsável de que não interessam para nada as contas do Estado.

Aplausos do PS.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Afinal, o Sr. Primeiro-Ministro é que fala em nome do povo!

O Sr. Presidente: — Para formular a sua pergunta, tem a palavra a Sr.ª Deputada Teresa Caeiro.

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, sabemos que o senhor não resiste a uma «graçola», sobretudo quando ela passa bem na televisão. Mas convém manter a seriedade no debate.

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Muito bem!

A Oradora: — O Sr. Primeiro-Ministro e o Sr. Deputado José Junqueiro fizeram umas afirmações e ultrapassaram o início da intervenção do meu colega Deputado Diogo Feio, que começou a sua intervenção exactamente por agradecer aos portugueses o sacrifício que têm feito, coisa que os senhores não fazem, e sobretudo não fazem suficientes vezes.

Aplausos do CDS-PP.

Como todos sabemos, o Sr. Primeiro-Ministro tem uma grande dificuldade, para não dizer incapacidade, em reconhecer ou aceitar qualquer crítica que lhe seja dirigida, pelo que não vou insistir em falar-lhe de redução de impostos, vou antes falar-lhe de um tema muito prático, mas que preocupa uma grande parte da população.
É certo, Sr. Primeiro-Ministro, que o Governo não tem, hoje em dia, competências para decidir sobre taxas de juro. Trata-se de uma competência do Banco Central Europeu. Ora, isto não deixa de ser um facto económico e com consequências sociais.
Sr. Primeiro-Ministro, a realidade é que o preço do dinheiro tem vindo a subir vertiginosamente no último ano. Há um ano que a subida da taxa de referência — a famosa Euribor — tem tido consequências nas famílias portuguesas, para ser mais concreta em 1,6 milhões de famílias portuguesas, que pediram crédito para aquisição de habitação.
Desde 7 de Dezembro de 2005, que a taxa de referência Euribor já subiu sete vezes, quase tantas vezes quantas os senhores aumentaram os impostos.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Bem lembrado!

A Oradora: — Portanto, no espaço de um ano, passou de 2% para 3,75%, prevendo os analistas, como saberá, que brevemente chegará aos 4% ou 4,25%.
Sr. Primeiro-Ministro, vou dar-lhe dois exemplos muito concretos e comuns.
Primeiro: há um ano atrás, um empréstimo para aquisição de habitação de 150 000 € (30 000 contos em moeda antiga), com um spread de 1% a 40 anos, pagava uma prestação mensal de 622 €; hoje, paga 717,94 €, ou seja, mais 100 € por mês. Se a taxa Euribor aumentar mais 1%, o que é muito provável que aconteça, a prestação chegará a 820 €, isto é, mais 200 € que no início.
Segundo exemplo muito concreto: um empréstimo de 100 000 € (20 000 contos), nas mesmas condi-