26 | I Série - Número: 063 | 23 de Março de 2007
pectivos, já ultrapassou o tempo de que dispunha.
O Orador: — Termino já, Sr. Presidente.
No entanto, aquilo que aconteceu no governo anterior, em três anos, foi que a população activa cresceu 136 000 e a população desempregada 177 000. Porquê? Porque a população empregada diminuiu e, portanto, tanto o aumento da população activa como a diminuição do emprego carrearam gente para o desemprego.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de concluir, Sr. Deputado.
O Orador: — Isso, agora, não acontece, e esta é uma diferença substancial, porque a verdade é que há hoje mais 48 400 portugueses com emprego do que no início da Legislatura.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Ainda para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Montenegro, queria valorizar a sua intervenção e dar, aqui, nota do papel e da intervenção do PCP junto dos trabalhadores da Rohde, nomeadamente da nossa deslocação nas alturas mais difíceis, bem como dos requerimentos que já apresentámos, quer na Assembleia da República, questionando o Governo, quer no Parlamento Europeu.
Gostava, no entanto, de lhe dar nota de dois factos que mereceram a nossa atenção na intervenção do Sr. Deputado Afonso Candal.
Efectivamente, o Sr. Deputado Afonso Candal pode dar as voltas que quiser às estatísticas do desemprego, mas pergunto-lhe: onde é que os 1300 trabalhadores da Rohde vão encontrar emprego naquele distrito, que, por acaso, é o seu distrito?!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!
O Orador: — O Sr. Deputado sabe muito bem que estes trabalhadores não vão encontrar emprego tão facilmente.
Protestos do Deputado do PS Afonso Candal.
Por outro lado, o Sr. Deputado Afonso Candal fala nas questões do passado e valoriza a intervenção do Governo. Importa, porém, lembrar — e queria um comentário da sua parte, Sr. Deputado Luís Montenegro — toda a questão à volta dos trabalhadores da ECCO. Qual foi a intervenção do Governo? A empresa fechou. Qual foi a intervenção da câmara municipal? Oferta de formação profissional e de emprego próprio, ou seja, formação de empresas por conta própria. Qual é a situação real, hoje em dia? Aqueles trabalhadores estão todos no desemprego, com uma situação social muito difícil.
A nossa preocupação e solidariedade para com aqueles trabalhadores vai no sentido de exigir uma intervenção urgente do Governo que mude o modelo de desenvolvimento económico. Era isso que era importante que o Governo, de uma vez por todas, fizesse.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados Afonso Candal e Jorge Machado, agradeço as vossas questões e vou responder a ambos em conjunto, visto que o Sr. Deputado Jorge Machado secundou muitas das posições que assumi na minha intervenção.
Sr. Deputado Afonso Candal, relativamente à qualificação jurídica do processo que envolve a empresa Rohde, V. Ex.ª disse, e bem, que a minha área de formação devia (e deve, efectivamente) conduzir-me a um entendimento perfeito da situação. Sr. Deputado, como referi da tribuna, e repito, também conheço os contornos jurídicos da situação. Essa não é, porém, a questão relevante e não quero discutir juridicamente consigo esta matéria, até porque V. Ex.ª ficaria numa situação de inferioridade,…
O Sr. Afonso Candal (PS): — Não tema por mim!
O Orador: — … visto que não tem exactamente essa formação.
O que quero discutir consigo é a questão social e a questão económica.