O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

57 | I Série - Número: 063 | 23 de Março de 2007

portas de acesso ao Serviço Nacional de Saúde e, ainda por cima, fazê-lo a coberto de um pretenso parecer técnico que os próprios técnicos negam existir!!

Risos do PS.

Sr.as e Srs. Deputados, em especial do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, que estão muito nervosos e incomodados com o que estou a referir, não julguem que é apenas o PSD que o diz, são os doentes que o sofrem, são os portugueses que o sentem!!

O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — Muito bem!

A Oradora: — Não acreditem nas visões de que apenas VV. Ex.as querem o bem comum e que as críticas são as de uma Oposição que critica por criticar. Essa é uma visão maniqueísta e muito pouco democrática, mas é, sobretudo, Srs. Deputados, uma visão autista e falsa da realidade! De facto, ainda no passado dia 14, a Ordem dos Médicos disse, na Comissão Parlamentar de Saúde, que «As urgências estão a ficar saturadas e algumas a entrar mesmo em ruptura».
E a mesma Ordem também advertiu que «sem uma verdadeira reforma dos cuidados de saúde primários, não há qualquer possibilidade de resolver os actuais problemas e rupturas das urgências hospitalares.» Sr.as e Srs. Deputados, o Governo deveria fazer reformas para melhorar a saúde dos doentes e não fazer reformas contra os doentes; o Governo deveria fazer reformas orientadas para retirar doentes às urgências, encaminhando-os para a rede de cuidados primários.

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — E é isso que está a fazer!

A Oradora. — Porém, o que o Governo faz é tirar as urgências aos doentes, fechando-lhes a porta de entrada no sistema de saúde.
Os resultados financeiros poderão ser os melhores, mas esse «grande desígnio» do Governo, dito socialista, será conseguido à custa do afastamento dos doentes dos serviços de saúde. E, pior de tudo, será conseguido à custa do sofrimento dos doentes!

O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — É verdade!

A Oradora: — O PSD entende que, a ir para a frente a teimosia deste Governo, largas dezenas de milhares de cidadãos ficarão a uma distância desmedida dos cuidados de saúde, particularmente em situações urgentes e de emergência.
A situação criada, Sr.as e Srs. Deputados, é inaceitável e é muito grave: partilho da preocupação manifestada pela Ordem dos Médicos quando disse o seguinte: «Desafortunadamente, os portugueses têm razões de sobra para estar verdadeiramente preocupados com uma política de saúde que desagrega o Serviço Nacional de Saúde, privilegia os encerramentos, favorece a substituição de recursos públicos por recursos privados e incrementa a transferência de custos para a população!» E, acreditem, Srs. Deputados, que o faço com a maior tristeza: assim o Partido Socialista o fizesse pela saúde dos doentes e pelo bem-estar e qualidade de vida de todos os portugueses.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — A Sr.ª Deputada Teresa Caeiro inscreveu-se para pedir esclarecimentos, mas a Sr.ª Deputada Ana Manso já não dispõe de tempo para lhe responder. A não ser que a Mesa lhe conceda 1 minuto, o que fará.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada Teresa Caeiro.

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Ana Manso, serei breve, até porque dispõe apenas de 1 minuto para me responder.
De facto, este plano de requalificação arrisca-se a tornar-se mais uma acção de propaganda deste Governo, mas desta vez uma propaganda francamente falhada — é caso para dizer que «saiu o tiro pela culatra» ao Ministro da Saúde… Sabemos que apesar de uma clara melhoria nos últimos anos nos serviços e no sistema de emergência e urgência médicas, ainda temos uma enorme desigualdade de região para região, com um claríssimo prejuízo para o interior do nosso país, onde encontramos não só menos serviços dos médicos mas também muito menos equipamentos, nomeadamente viaturas, basta ver o caso do distrito de Beja que tinha uma viatura médica e que agora passou a ter mais duas, como resultado do incidente lamentável que ocorreu há