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60 | I Série - Número: 063 | 23 de Março de 2007

todo este processo de reforma. Não é encerrar, encerrar, encerrar e, depois, esperar que os cuidados de saúde primários surjam;…

O Sr. Manuel Pizarro (PS): — Esperar, esperar!

A Oradora: — … acreditar, utilizando as palavras do presidente da comissão técnica, que este mapa, esta semi-reforma, irá pressionar outras reformas.
Não é assim, Sr. Deputado!

O Sr. Manuel Pizarro (PS): — Ai não?!

A Oradora: — Então, não se chama uma reforma, é um mapa!

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr.ª Deputada, tem de terminar.

A Oradora: — Termino já, Sr. Presidente.
É pegar em números e distribui-los por pessoas… É um PowerPoint, como os senhores sabem fazer!

Vozes do PS: — Ahhh!…

A Oradora: — Não é confiar que vão surgir mais transportes nem acreditar que as consultas abertas irão surgir, como disse o Sr. Deputado Ricardo Gonçalves, «caso a caso»… Mas o que é isto, Sr. Deputado?! Isto não é uma reforma!!

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr.ª Deputada, tem mesmo de concluir!

A Oradora: — Concluirei de imediato, Sr. Presidente.
Os senhores dizem que isto é uma reforma, mas é, sim, um acto falhado de propaganda!!

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Pizarro.

O Sr. Manuel Pizarro (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Os projectos de resolução hoje em debate estão eivados de erros técnicos e são inaceitáveis do ponto de vista político. Vamos primeiro às questões de natureza técnica.
O projecto de resolução do PCP é, sob este ponto de vista, o que mais equívocos acumula: assume como um mal a concentração de serviços ignorando toda a evidência, vertida em números de documentos de reputadas instituições internacionais, de que é precisamente através dessa concentração que os cidadãos poderão retirar todo o partido da Medicina moderna. Se o que queremos são cuidados médicos de alta tecnologia, que exigem equipamento evoluído e profissionais altamente preparados, resulta óbvio que a concentração é indispensável. Afirmar o contrário é pura demagogia!

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Muito bem!

O Orador: — Alimentar o discurso de que esse tipo de cuidados médicos pode estar disponível ao pé da porta de cada um é alimentar um erro que conduz a um lamentável desperdício de recursos e, mais grave ainda, à existência de um sistema onde os doentes são tratados com qualidade diferente conforme a zona onde vivem.
O PS, umbilicalmente ligado à génese do Serviço Nacional de Saúde e comprometido com os seus objectivos solidários, não pode aceitar essa situação de desigualdade! O segundo erro técnico em que incorre o projecto de resolução do PCP é o de confundir os SAP com serviços de urgência. Esta é uma confusão deliberada, reiterada e repetida de modo insistente, na tentativa de conseguir a adequada dramatização. Mas, Sr.as e Srs. Deputados, este é mais um daqueles casos em que a falsidade, ainda que repetida muitas vezes, não se transformará em verdade.

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Muito bem!

O Orador: — Os cuidados primários de saúde devem caracterizar-se pela sua proximidade e pela interacção entre os cidadãos e o seu médico de família, mas esse é o objectivo da criação das unidades de saúde familiares, a que me referirei com maior detalhe mais adiante. Não podemos confundir esse nível de