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64 | I Série - Número: 079 | 4 de Maio de 2007

A Sr.ª Helena Terra (PS): — Essa é boa!

O Orador: — Ou seja, aquilo que eu queria perguntar era justamente o seguinte: alguém dessa bancada fez um estudo — mas um estudo sério —sobre o número de funcionários que seria preciso para esta «constelação»?!

A Sr.ª Helena Terra (PS): — E eu é que era cínica!…

O Orador: — Alguém dessa bancada fez um estudo — mas também um estudo sério — sobre os encargos financeiros que a contratação de todo esse pessoal implicava? Creio que não. É por isso que esse projecto de lei merece, de facto, a nossa reprovação.
Pior ainda: o projecto prevê, finalmente, aquilo a que não chama, mas é, verdadeiramente, o denominado «advogado público», porque prevê — não lhe chama, claramente, mas prevê.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Claro!

A Sr.ª Helena Terra (PS): — Muito bem!

O Orador: — Tanto prevê que diz lá que os advogados vão ser contratados — note-se bem! — no regime de exclusividade e a tempo inteiro! Eu até talvez acrescentasse — porque não?… — com horário de trabalho, a entrar às 9 horas e sair às 17 horas, com livro de ponto, a pedir ao chefe para sair!… Sr.ª Deputada, permita-me que lhe diga o seguinte: eu, por acaso, felizmente e com muita honra o digo, sou advogado há mais de 30 anos. A advocacia é uma função nobre e independente, uma profissão feita de «nervo», de «cérebro», de «fibra», de tristezas e desilusões, mas é uma profissão autónoma e independente!!

Vozes do PSD: — Muito bem!

A Sr.ª Helena Terra (PS): — Muito bem!

O Orador: — E o advogado é um profissional liberal, não é um funcionário, conforme VV. Ex.as põem no vosso projecto de lei!!

Vozes do PSD: — Muito bem!

A Sr.ª Helena Terra (PS): — Muito bem!

O Orador: — VV. Ex.as transformam o advogado num funcionário! Um verdadeiro funcionário público, com uma avença mensal, a entrar à hora x e a sair à hora y.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Mas isso é contraditório com a exclusividade?

O Orador: — E, portanto, Sr. Presidente, quanto a este projecto de lei, temos dito!

O Sr. João Oliveira (PCP): — E o que é que são as sociedades de advogados?

O Orador: — Quanto ao projecto de lei do PCP, eu queria pedir licença para, antes de mais, cumprimentar o PCP. E cumprimentar porquê? Porque o PCP, durante anos, defendeu justamente um projecto igual ao que, agora, o Bloco de Esquerda apresenta. Correcto! E, agora, arrepiou caminho.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Continuamos a defender!

O Orador: — Não, não! O Sr. Deputado, então, não estudou. Mas eu vou já dizer-lhe: agora, arrepiou caminho, só que, em vez de progredir, regrediu.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É uma questão de calendário!

Risos do PCP e do BE.

O Orador: — Sim, regrediu!! Eu não vou criticar demasiadamente essa proposta, mas regrediu. Porquê? Porque disse assim: vamos fazer de conta que não se passaram estes anos, e vamos voltar atrás. Vamos voltar a atribuir ao juiz da causa a competência para conceder ou denegar o apoio judiciário, tudo…