22 | I Série - Número: 085 | 19 de Maio de 2007
Portanto, a força portuguesa está a desempenhar cabalmente a sua missão, neste momento está a construir o heliporto do quartel general da UNIFIL, foi recentemente rodado o contingente e, de acordo com o parecer favorável do Conselho Superior de Defesa Nacional, a pedido das Nações Unidas, a missão prolongar-se-á para além de Agosto, que era a data limite que tinha sido considerada no ano passado quando foi decidida a ida das nossas forças, e esperamos que haja uma calendarização concreta das Nações Unidas para, depois, poder ter um calendário e um mandato definido em termos de tempo.
Uma nota final muito breve apenas para reafirmar aquilo que o Sr. Deputado disse. Para além dos aspectos internacionais, para além da credibilidade externa, para além do apoio à política externa portuguesa que as Forças Armadas fazem nestas missões, isto é também um factor muito importante para a sua modernização. E quando digo para a sua modernização, falo em três áreas.
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Ministro.
O Orador: — Primeiro, no plano da profissionalização — a profissionalização, em boa medida, foi proporcionada pela participação nestas missões —; segundo, o reequipamento; terceiro — algo que me parece muito importante e que estas missões de paz têm trazido às Forças Armadas —, o prestígio social, que elas merecem.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para fazer a sua pergunta, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Defesa Nacional, V.ª Ex.ª falou da presença de militares portugueses em vários países do mundo, mas esqueceu-se de um, do Iraque, porque há oito militares portugueses no Iraque.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!
O Orador: — O Sr. Ministro dirá que são poucos, que é uma presença simbólica, mas não é uma presença tão simbólica quanto isso. O Sr. Ministro falou aqui de cooperação militar com vários países. Pois bem, estão menos militares envolvidos em cooperação militar em alguns desses países do que aqueles que estão efectivamente no Iraque. A presença destes oito militares, ainda que seja reduzida, é um sinal claro de envolvimento de Portugal na situação do Iraque.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Orador: — Neste momento, em todos os países se discute a retirada dos militares do Iraque. Nos Estados Unidos, está na ordem do dia a calendarização da retirada do Iraque e, inclusive, na GrãBretanha sabe-se que uma das bandeiras do futuro primeiro-ministro Gordon Brown é a retirada da tropas britânicas do Iraque.
Pergunto, Sr. Ministro, do que está à espera para mandar regressar os oito militares portugueses que estão no Iraque. Está à espera que saiam os norte-americanos primeiro e que sejam os portugueses a «fechar a porta»?
Vozes do PCP: — Exactamente!
O Orador: — Gostaria de saber se o Sr. Ministro convive bem com este aval do Estado português à situação criada no Iraque com a ocupação, que é uma situação de absoluta barbárie e de violações sistemáticas dos direitos humanos.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Orador: — A pergunta muito concreta é esta: quando é que os oito militares portugueses regressam do Iraque?
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Orador: — Sr. Ministro, passemos à questão do Afeganistão. O envolvimento de Portugal no Afeganistão é significativo em termos militares e está sujeito a enormes perigos, como o Sr. Ministro reconheceu.
Ora, o Afeganistão tem um ponto em comum com o Iraque: também é um desastre do ponto de vista político e do ponto de vista militar não tem qualquer progresso significativo. As tropas que estão no Afe-