30 | I Série - Número: 092 | 8 de Junho de 2007
parlamentar de apoio, mas não sei se isso se concretizará. Peço-lhe para concluir.
O Orador: — Estou a terminar, Sr. Presidente. Não queria deixar nenhuma pergunta por responder.
No que diz respeito aos genéricos, o Sr. Deputado conhece os números. A quota de mercado dos genéricos, em 2004, era de 8%; subiu para 13%, em 2005; subiu para 15%, em 2006; e, em Abril de 2007, está nos 17%. Como é que o Sr. Deputado pode dizer que o Partido Socialista desinvestiu nos genéricos?! Não consigo perceber!
O Sr. João Semedo (BE): — Não há um grupo novo!
O Orador: — O Sr. Deputado bem diz que as suas perguntas são absurdas. Eu penso que não são as suas perguntas, mas os dados em que elas se baseiam — o Sr. Deputado ou não os conhece ou deturpaos! Finalmente, quanto à questão da redução dos medicamentos, o INE, que serve para o Bloco de Esquerda em matéria de taxa de desemprego, também deve servir para outros estudos que realiza. Assim, segundo o INE, em 2006, houve uma redução de 0,4% do preço dos medicamentos em Portugal. Segundo o Infarmed, nos medicamentos não sujeitos a receita médica vendidos fora de farmácias essa redução foi da ordem de 1,8%. Esses são os factos.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Ministro. Ainda há mais dois blocos de pedidos de esclarecimento!
O Orador: — Estou a concluir, Sr. Presidente.
Sr. Deputado, também houve redução da comparticipação do Estado, mas acompanha-me facilmente no raciocínio de que sempre que há redução da despesa do Estado há também redução dos custos que os portugueses pagam, como contribuintes. Portanto, é fácil de compreender, Sr. Deputado.
Aplausos do PS.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Afinal, não disse nenhum provérbio!
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Pedro Mota Soares.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares, o CDS-PP, ao fazer esta interpelação, escolheu trazer aqui a realidade do País; o Governo, pelos vistos, prefere discutir, aqui, um país virtual. Nós escolhemos trazer o que é o futuro de Portugal; pelos vistos, o Governo prefere sempre falar do passado. É uma lógica, só que é uma lógica errada.
«Bem sei que um governo que eleva a ponto teatral a dignidade de um Ministro dos Assuntos Parlamentares e que desgradua um Ministro da Economia em comissário da propaganda não quer manifestamente maçar-se com as minudências da situação económica e social.» Sr. Presidente, peço desculpa se, eventualmente, esta linguagem não é muito aceite em termos parlamentares, mas não é uma citação minha e muito menos uma citação do Sr. Ministro Manuel Pinho.
O Sr. Presidente: — Julguei que ia citar a poetisa Anna Akmatova!
Risos.
O Orador: — Tínhamos aqui uma boa citação dela, Sr. Presidente, mas também não é dessa poetisa. É de um articulista do Público, que se chama Augusto Santos Silva. Aplica-se, exactamente, ao momento actual!
Aplausos do CDS-PP.
Por isso mesmo, Sr. Presidente, vamos a factos.
Os salários reais caíram, no último ano, 0,9% — facto! A poupança das famílias caiu de 460 € para 190 € — facto! O consumo privado caiu — facto! Quanto à confiança dos investidores, o acumulado ao longo deste ano caiu — facto!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Não caiu!
O Orador: — Os impostos subiram dois pontos no plano fiscal — facto!