30 | I Série - Número: 094 | 15 de Junho de 2007
todas as minhas instituições. Portanto, mesmo que alguém um dia me interpele nessa matéria, digo-lhe que, na dúvida, defenderei sempre a qualidade do trabalho prestado. Aliás, até fico muito surpreendido por que razão o Sr. Deputado do CDS nos vem falar da providência cautelar que a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) lançou pelo único facto de se ter organizado entre as duas administrações a possibilidade de haver uma escala conjunta para ocorrer às oftalmologias de urgência, que, aliás, até têm poucos efectivos, com apenas uma pessoa.
Quanto ao IPO Lisboa, o que está em causa, Sr. Deputado, não é apenas um hospital mas muito mais.
O que está em causa é um hospital de luta contra o cancro, que foi o primeiro hospital do País com essa especialidade; o que está em causa é um laboratório de investigação científica de nível europeu para a investigação clínica na luta oncológica, que não existe em Portugal; o que está em causa é um hotel residencial que acolha os pacientes em ambulatório e as suas famílias; o que está em causa é um centro de convívio que permita que os pacientes encontrem e intercambiem experiências. E tudo isto não cabe em 7,2 há de terreno. Como é natural, começámos por analisar o local onde está instalado o actual IPO para saber se era possível instalar todo este equipamento, mas todo este novo modelo de tratamento da doença oncológica não cabe aí. Por isso, o meu primeiro trabalho foi o de tentar encontrar um local dentro da cidade da Lisboa. O antigo presidente de Câmara veio dizer que não havia sequer terrenos de 7 ha quanto mais um terreno de 12 ha, como efectivamente será necessário.
O que posso dizer é que as conversações com uma das autarquias vizinhas de Lisboa estão adiantadas, mas não estão decididas. E sobre esta questão, peço que não me solicitem mais nenhuma informação.
Sr. Deputado João Oliveira, devolvo-lhe inteiramente as expressões «demagogia», «populismo» e «aproveitamento político». Sr. Deputado, quando uma pessoa, do ponto de vista clínico, tem uma situação muito pesada, como, ao que parece, era o caso, com diabetes e insuficiência cardíaca gravíssima, e durante o dia, repito, durante o dia, de manhã, tem um problema de saúde, o que deve fazer-se? É levá-la para o SAP? Ouvi bem o que o Sr. Deputado disse? Era isso que recomendaria a um familiar seu?
O Sr. Afonso Candal (PS): — Não!
A Sr.ª Regina Ramos Bastos (PSD): — Ia para um hospital a uma distância de 40 minutos e morria de enfarte!
O Orador: — Com certeza que não recomendaria isso! O que recomendaria era a evacuação o mais rápida possível. E foi isso que se fez! Acontece que a pessoa não sobreviveu à viagem.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Porque não há meios suficientes para dar resposta!
O Orador: — Nada mudaria, Sr. Deputado! Se aquilo a que o senhor chama uma «urgência» e que não é mais do que um SAP estivesse aberto durante a noite, nada mudaria!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Assuma que o SAP não chegava!
O Orador: — Pelo contrário, provavelmente, o desfecho seria ainda pior!
O Orador: — Portanto, Sr. Deputado, devolvo-lhe inteiramente as acusações de «demagogia», de «populismo» e de «aproveitamento político»!
Aplausos do PS.
Protestos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Andrade Miranda.
O Sr. Carlos Andrade Miranda (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr. Ministro da Saúde, V. Ex.ª descreveu recentemente, e muito bem, a sua anterior passagem pelo Ministério dizendo que as pequenas mudanças por si operadas em 2001 e em 2002 foram mais um grito de rotura do que um plano articulado.
Passados agora mais dois anos de governação de V. Ex.ª, os portugueses constatam que continua a provocar roturas no sistema, mas continua também sem um plano articulado para a saúde.
A Sr.ª Zita Seabra (PSD): — Exactamente!
O Orador: — É exactamente esta a principal pecha que resulta da interpelação hoje desencadeada pelo