21 | I Série - Número: 009 | 12 de Outubro de 2007
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Paulo Rangel, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Drago.
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Rangel, quero começar por felicitá-lo por trazer também estes acontecimentos na Covilhã ao debate nesta Assembleia e dizer que acompanhamos as suas preocupações no que toca a um episódio absolutamente inaceitável num Estado democrático, que não pode voltar a repetir-se.
O Sr. Deputado tem razão, pois há uma alteração da lógica de actuação do Governo nesta matéria: já não é a de castigar o protesto social, é modelá-lo.
O Sr. Deputado também tem razão quando diz que estes são os momentos em que se prova de que lado é que estão os democratas.
Deixe-me aproveitar para dizer que, pela segunda vez, a bancada do Partido Socialista falou pela voz do Deputado Ricardo Rodrigues e continuamos perante as mesmas palavras fracas, frouxas e titubeantes.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Ana Drago (BE): — É bom que o Sr. Deputado Ricardo Rodrigues tenha a percepção exacta do que está aqui em causa. Não está apenas em causa o apuramento dos factos mas, sim, a leitura política de acontecimentos inaceitáveis num Estado democrático. O Sr. Deputado disse: «Vamos ver, vamos apurar, logo vemos o que é que vai acontecer». Ninguém quer fazer aqui um julgamento popular. Queremos saber os factos, mas queremos que o Partido Socialista seja muito claro sobre isto e faça aquilo que tem de ser feito nestes momentos, que é dizer aqui, com toda a frontalidade, que isto não é aceitável e que não voltará a repetir-se na sociedade portuguesa, porque isso é que conta.
Os senhores mostram pelas vossas palavras fracas e por este tipo de procedimentos— e acima de tudo pelas declarações do Sr. Primeiro-Ministro — que querem uma democracia de um tipo muito especial, uma democracia domesticada, conformada, em que o protesto seja feito mas baixinho, com moderação na linguagem. Não foi esta a pedagogia que os agentes da polícia seguiram no sindicato dos professores?! Sr. Deputado Manuel Alegre, lamento, mas, infelizmente, o apelo que fez à pedagogia da liberdade parece que não chegou à primeira fila da bancada do Partido Socialista!
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para responder tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Rangel.
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Ana Drago, agradeço o seu pedido de esclarecimentos e aproveito para a cumprimentar pela intervenção que fez, que julgo ter trazido também um grande contributo nesta matéria essencial.
Devo dizer — e quero sublinhá-lo — que estamos num momento crucial, em que os Deputados do PS têm de tomar a palavra e dizer de que lado estão. Não podem ser cúmplices! Não há ao menos um Deputado, para além do Vice-Presidente Manuel Alegre, que diga que a liberdade sindical é um bem?! Já nem se pede mais!
Protestos do Deputado do PS Ricardo Rodrigues.
Não há um Deputado do Partido Socialista que critique este tipo de actuação?! Não há um Deputado do Partido Socialista que se sinta incomodado com este tipo de procedimento?! Onde está a liberdade dos Deputados do Partido Socialista? Esta é também uma pergunta que se tem de fazer.
Aplausos do PSD.
O Sr. Ricardo Rodrigues (PS): — Peço a palavra, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. Ricardo Rodrigues (PS): — Para defesa da honra da bancada, na sequência da intervenção do Sr. Deputado Paulo Rangel.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Ricardo Rodrigues (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Rangel, confesso-lhe que não sei o que é que se passou. Não sei se o Sr. Deputado estava fora, não sei se não ouviu, mas, na sequência da