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31 | I Série - Número: 014 | 8 de Novembro de 2007


Tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro de Estado e das Finanças, sobre a Ota o País tinha dúvidas, o CDS tinha dúvidas. Eram dúvidas razoáveis, em relação às quais o Governo parecia ter só certezas.

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Exactamente!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Aliás, para o Governo, a Ota era always, siempre, toujours melhor e mais barata — dependia da preferência linguística de cada Ministro.
Pedimos ponderação, rigor, seriedade e estudos. Estudos que indicassem que as actuais estruturas aeroportuárias ainda não estavam esgotadas (ou como estavam esgotadas), estudos de custo de benefícios em todas as áreas, quer em áreas económicas, quer na área financeira, etc. A essas dúvidas — razoáveis, no nosso entender — o Sr. Primeiro-Ministro respondeu que eram demagogias, que não ia em panfletos, não ia em tiradas políticas para querer agradar, etc.
Ora, os estudos estão aí. Um já chegou, o outro aguardamo-lo com expectativa. E o estudo que já chegou prova que o CDS e o País, afinal, tinham razão.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Afinal, a dúvida razoável é que a Ota é mais cara: com acessos é mais cara em mais do triplo, mas sem acessos é muito, mas muito mais cara do que Alcochete, diz o estudo da CIP, Sr. Ministro. E diz mais: diz também que Alcochete é melhor na opção «Portela+1», que se pode depois converter em «+1 e Portela».
Portanto, também aí o CDS e o País tinham razão.

Aplausos do CDS-PP.

Sr. Ministro, não quero que peça desculpas ao CDS, embora sejam merecidas, mas quero que peça desculpas ao País…

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … pelo desperdício, pela falta de rigor, pelos custos que tudo isto envolve e pelo atraso.
Sr. Ministro, gostava de saber se alguém no Governo faz contas. O Sr. Ministro parece ser uma pessoa razoável. Mas alguém faz contas?

Vozes do CDS-PP: — Boa pergunta!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — É que o Sr. Primeiro-Ministro veio a esta Casa referir valores que, pelos vistos, não correspondem à realidade. Alguém deveria fazer contas e indicar ao Sr. Primeiro-Ministro qual é, afinal, o custo dessa obra, que é fundamental para o País.

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Termino, Sr. Presidente! Sr. Ministro, pergunto-lhe se V. Ex.ª está disponível ou não para dizer a esta Câmara e ao País que o Governo optará pela solução mais barata, mais económica, quer do ponto de vista económico quer do ponto de vista ambiental, e mais eficaz para o País.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Manso.

A Sr.ª Ana Manso (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro de Estado e das Finanças, o Partido Socialista tem a alma a definhar e, a continuar assim, não pode chamar-se socialista e tem de mudar de nome. Não sou eu que o digo, Sr. Ministro, quem o afirma é um notável militante socialista, conhecido por muitos como o «pai» do Serviço Nacional de Saúde, o Dr. António Arnaut. E ele tem toda a razão, porque fala do que sente e do que vê no País real, que não parece ser o País do vosso Governo.
Sr. Ministro, como considerar socialista um Governo que destrói o Serviço Nacional de Saúde, com o encerramento massivo de serviços, com o aumento dos encargos directos das famílias, com medicamentos mais caros e menos comparticipados e com investimento público a ser sistematicamente adiado?