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49 | I Série - Número: 023 | 10 de Dezembro de 2007

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — » mas regulamenta o que a lei dispõe, segundo um princípio, que é o que funda o consenso democrático sobre as Forças Armadas.

O Sr. Henrique Rocha de Freitas (PSD): — Já cansa!

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Trata-se do princípio de que o direito à participação não pode ficar do lado de fora da porta do quartel, e esse direito tem de ser concretizado em escrupuloso cumprimento das regras próprias da condição militar, da coesão e da disciplina das Forças Armadas. Esse é o consenso»

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Pelos vistos, não existe!

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — » há muito estabelecido entre o arco democrático do Parlamento português. É esse consenso que leva a que a questão do associativismo militar tenha sido resolvida, finalmente, em 2001 por iniciativa também de uma proposta de lei do governo — o Sr. Deputado não me corrigiu — »

O Sr. Henrique Rocha de Freitas (PSD): — Acrescentei!

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — » e ç esse consenso que dá mais um passo com o decreto-lei de 2007, que regulamenta, isto é, torna efectivo o direito para os dirigentes das associações.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Esvazia!

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — É neste consenso que me situo.
Limito-me a acrescentar à forma como o Sr. Deputado Henrique de Freitas, em nome do PSD, procura doutrinar sobre o papel das Forças Armadas, querendo, estou certo que involuntariamente,»

O Sr. Henrique Rocha de Freitas (PSD): — Não, não. Não faço nada involuntariamente!

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — » remetê-las para os seus pergaminhos históricos, um elemento que me parece essencial, que é ancorar as Forças Armadas à nossa democracia presente.

O Sr. Henrique Rocha de Freitas (PSD): — E este diploma representa isso? Por amor de Deus!

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Foi apenas isso que fiz e é essa clareza que é preciso.
Não apenas olhar para as Forças Armadas como se fossem um registo de feitos históricos ou um elemento constitutivo da identidade nacional, que são, mas também fazer valer a sua missão insubstituível no quadro da democracia.
E limito-me a fazer isso não por qualquer necessidade de debater consigo (julgo, aliás, que estamos de acordo) mas apenas porque esse elemento é absolutamente essencial para percebermos aquilo de que estamos a falar, que é justamente das condições de exercício democrático de direitos de participação e de associação no conjunto, no interior das Forças Armadas! Porque só uma concepção democrática das Forças Armadas, que as valoriza no quadro da democracia portuguesa, sustenta doutrinariamente a extensão às Forças Armadas dos direitos de participação democrática, sendo tidas, naturalmente, em consideração as regras próprias de funcionamento das Forças Armadas!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Isso é um discurso redondo!

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — E são essas regras de funcionamento das Forças Armadas que as bancadas do PCP e do BE não querem aceitar! E é minha obrigação denunciar isso,»

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Isso é falso!