24 | I Série - Número: 026 | 14 de Dezembro de 2007
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para produzir uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Martins.
O Sr. Alberto Martins (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Tratado de Lisboa, assinado hoje no Mosteiro dos Jerónimos, é um compromisso político de alcance decisivo para os europeus e para os portugueses. Enquanto marco da construção europeia, o Tratado de Lisboa honra a Presidência portuguesa.
Aplausos do PS.
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista saúda este momento singular.
A União Europeia afirma-se com o Tratado de Lisboa como comunidade política mais estruturada no plano institucional, habilitada para se afirmar uma comunidade política mais social e mais solidária, mais respeitadora dos direitos dos Estados-membros e dos cidadãos, mais capaz de intervir de forma coerente e resoluta na cooperação externa, na manutenção da paz e na regulação da globalização. Aplausos do PS.
Saudamos igualmente a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, proclamada ontem no Parlamento Europeu, compromisso com os valores matriciais humanistas da civilização europeia, que têm como ponto de partida o valor da dignidade humana.
Aplausos do PS.
A Europa, com a Declaração Universal dos Direitos do Homem, com a Convenção Europeia dos Direitos do Homem e, agora, com a Carta, fica dotada de meios mais adequados para combater com sucesso pela liberdade e solidariedade, pela paz e pela democracia.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Alberto Martins (PS): — No mundo em que hoje vivemos, o tema da segurança dos cidadãos ganha também, no quadro do binómio liberdade-segurança, particular relevo. Aqui, importa reforçar a cooperação policial e judiciária na luta contra o terrorismo e a criminalidade organizada, sempre no respeito pelo justo equilíbrio entre a defesa da segurança e a salvaguarda dos direitos e liberdades fundamentais.
O Sr. Mota Andrade (PS): — Muito bem!
O Sr. Alberto Martins (PS): — O novo Tratado reforça, no plano externo, a consistência, a credibilidade e a eficácia da União. Como sublinhará a futura declaração do Conselho Europeu sobre a globalização, o Tratado habilita a União a regular o processo de globalização de acordo com o interesse de todos os cidadãos e ao encontro de princípios e valores fundamentais compartilhados pelos povos europeus.
Nos 50 anos que medeiam entre Roma e Lisboa, a Europa afirmou-se, na sua diversidade plural, enquanto espaço civilizacional com uma identidade própria: uma União entre Estados democráticos pondo em comum um modelo de Estado social, que se distingue quer dos extintos modelos colectivizantes quer do liberalismo de mercado.
A Sr.ª Manuela Melo (PS): — Muito bem!
O Sr. Alberto Martins (PS): — O relançamento da Estratégia de Lisboa pela Presidência portuguesa reforçou este compromisso colectivo, sabendo que apenas economias baseadas no conhecimento, socialmente coesas, empregadoras e pujantes permitirão à Europa alcançar três objectivos fundamentais no quadro democrático: primeiro, competir e ter sucesso num mundo global;…
O Sr. José Junqueiro (PS): — Muito bem!