42 | I Série - Número: 026 | 14 de Dezembro de 2007
Quanto à questão dos impostos, o Governo não tem prevista para 2008 qualquer medida de descida de impostos. O que posso dizer sobre a matéria é que, neste momento, não estamos em condições de assumir qualquer compromisso de descida de impostos.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Só tenho uma certeza: em 2008, não temos condições para fazer essa descida dos impostos. As projecções que fazemos até 2011 são na base das políticas actuais,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ah…!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — … e só podem ser feitas na base das políticas actuais.
Aplausos do PS.
É isso que dizem as boas práticas de exercícios de projecção ou de previsão económica.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Neto.
O Sr. Jorge Neto (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Ministros, Srs. Deputados, antes de mais, permitam-me que repristine uma questão prévia já suscitada pelo Deputado Honório Novo. Tenho de fazê-lo na qualidade de Deputado e, também, na de Presidente da Comissão de Orçamento e Finanças. De facto, é um imperativo de consciência que me leva a retomar esta questão.
É que, ao contrário do que o Sr. Ministro acabou de referir, há um prazo peremptório cominado na Lei de Enquadramento Orçamental, no n.º 2 do artigo 61.º, que determina que a Assembleia da República tem o prazo de 10 dias úteis para apreciar a revisão do Programa de Estabilidade e Crescimento.
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Exactamente!
O Sr. Jorge Neto (PSD): — A partir do momento em que a revisão deste Programa foi entregue nesta Casa, no dia 7 de Dezembro, significa que, se o referido prazo fosse respeitado, a Assembleia da República teria até 21 de Dezembro para apreciar a revisão do Programa de Estabilidade e Crescimento. Ora, esse prazo, manifestamente, não foi respeitado.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Está a ver, Sr. Ministro?
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Foi, foi!
O Sr. Jorge Neto (PSD): — Deixe-me dizer-lhe, Sr. Ministro, que o Ministério das Finanças tem de levar em consideração o que a lei dispõe relativamente ao crivo e ao escrutínio, consciente e responsável, que a Assembleia da República tem de fazer nesta matéria.
Mais, Sr. Ministro das Finanças: já hoje, uma unidade técnica de apoio aos Deputados, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental, tem um mandato, que lhe foi conferido pela Comissão de Orçamento e Finanças, para, em 8 dias úteis, se pronunciar sobre a revisão do Programa de Estabilidade e Crescimento.
Portanto, estes passos têm de ser compaginados ex ante pelo Ministério das Finanças, no momento em que apresenta a revisão do Programa de Estabilidade e Crescimento.
Assim, é bom que esta situação não se reedite no futuro, porque estamos a falar de uma matéria de grande relevância que tem a ver com opções políticas fundamentais não só em termos de finanças públicas mas também em termos do próprio País, do seu desenvolvimento e do seu progresso.
Portanto, exorto o Sr. Ministro das Finanças para que, futuramente, independentemente de quaisquer indicações que possa ter por parte da Conferência de Líderes,…