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53 | I Série - Número: 026 | 14 de Dezembro de 2007

O Sr. Patinha Antão (PSD): — Feita esta nota de amizade, Sr. Ministro, quero dizer-lhe o seguinte: o Partido Social Democrata entende que a sua estratégia de consolidação orçamental está errada. E o Partido Social Democrata tem o direito de o dizer, porque, além de ser um partido que representa eleitores, como os demais partidos que estão nesta Assembleia, tem, por força da sua votação, a responsabilidade de liderar uma alternativa de Governo. Portanto, Sr. Ministro, quando lhe falamos, agradeço que pense que o fazemos tendo em mente a construção de uma alternativa de Governo, porque é essa a responsabilidade que temos e que procuramos honrar.
Dito isto, Sr. Ministro, quanto à matéria de facto, a credibilidade da sua estratégia depende do cumprimento de promessas, de compromissos e de objectivos que se fixam. É patente e notório neste debate que as promessas que foram feitas, até de uma maneira demasiado voluntarista e algo paroquial… Quem não se lembra do Sr. Primeiro-Ministro a dizer, em plena campanha eleitoral, que uma taxa de desemprego de 7,1% era, de facto, uma coisa execrável que qualquer Governo digno tinha de eliminar de imediato?!

O Sr. Hugo Velosa (PSD): — E havia culpados!

O Sr. Patinha Antão (PSD): — Bem! Estamos com uma taxa de desemprego de 8,2% e ouvimos o discurso do Sr. Ministro relativamente àquilo que o Governo não pensa fazer nestes anos próximos. É que o problema das previsões, Sr. Ministro, não é tanto a sua falha mas o facto de os Governos não fazerem nada para eliminar os percalços que encontram.

O Sr. Jorge Neto (PSD): — Exactamente! É cruzar os braços!

O Sr. Patinha Antão (PSD): — Sr. Ministro, nós exortamos o Partido Socialista e o Governo a olharem para o conjunto das políticas que têm na área orçamental e financeira e a verem se, de facto, devem ou não emendar a mão para responder aos milhares e milhares de portugueses que, relativamente à evolução da economia, do emprego e do seu poder de compra, consideram que este Governo está de costas voltadas para eles. Não o deve fazer! Nenhum Governo, em Portugal, o deve fazer! Por isso, Sr. Ministro, convidamo-lo a realizar uma discussão de políticas alternativas. É esta a sua responsabilidade, neste momento, já que a responsabilidade do Partido Social Democrata é tão-somente a de constatar as vossas omissões e, em face da nossa visão e do nosso desígnio, apresentar, em breve, nesta área, como noutras, a nossa alternativa concreta de Governo para o País.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Também para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, quero começar por sublinhar um ponto de acordo com o Sr. Ministro das Finanças: a sua resposta sobre as atribuições dos bancos comerciais na colecta de impostos esclarece que não haverá nenhum outro protocolo que não o tipo de protocolos que hoje temos, ou seja, meramente o do pagamento por Multibanco. Fico satisfeito que assim seja e que esse limite esteja traçado. Aliás, é assim que deve ser.
O Partido Socialista utilizou hoje, neste debate, uma argumentação extremista,…

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Extremista?!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — … que é um pouco contraditória com a sua posição, porque o Partido Socialista, que impulsiona o Governo, já apresentou, noutras oportunidades, um projecto de resolução apoiando o Programa de Estabilidade e Crescimento.

O Sr. Patinha Antão (PSD): — Exactamente! Bem lembrado!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Decidiu não o fazer hoje! Por esquecimento? Por vergonha? Por alguma outra razão? Ficamos sem saber!