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54 | I Série - Número: 026 | 14 de Dezembro de 2007

Mas o Partido Socialista e o Governo decidiram hoje, em particular, ainda por cima hoje, vir com o argumento de que tudo o que está no Programa de Estabilidade e Crescimento está, por definição, correcto, dado que é o caminho europeu, «criminalizando» a dissidência ou a divergência de opinião.

O Sr. Victor Baptista (PS): — Criminalizando, não! Chamando à atenção!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Neste contexto, só o caminho europeu é que importa. Mas, Srs. Deputados do Partido Socialista, não haverá um nozinho no estômago quando dizem uma coisa destas?! Ou haverá, porventura, Sr. Ministro, um único caminho europeu?! Se assim fosse, por que é que os defensores do Programa de Estabilidade e Crescimento têm opções totalmente contraditórias?! Dou-vos um exemplo: a Polónia, liberal dos liberais,…

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Não, não! O Governo é de direita!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — … anunciou que vai vender todos os hospitais — todos os hospitais! —, não ficando um único no serviço nacional de saúde da Polónia. Aliás, não há serviço nacional de saúde na Polónia. Porquê? Pacto de Estabilidade e Crescimento! Ou seja, acaba-se com o serviço de saúde! É este o vosso caminho?!

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — É um Governo de direita!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Não, não! É um Governo liberal, que os senhores, aliás, aplaudiram, entusiasmados. Governo de direita era o dos manos Kaczynski. Agora, são liberais, são muito europeus, muito a favor do Pacto de Estabilidade e Crescimento.

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — É um Governo de direita!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — De direita, com certeza! E é este tipo de políticas que é inaceitável! Portanto, na Europa, não há um único caminho, há muitos caminhos e a nossa obrigação é discuti-los. É por isso que, quando olhamos para o Governo e vemos o rol de sacrifícios e de imposições que, em nome do Programa de Estabilidade, já fizeram, entendemos que é bom lembrar que está na bancada do Governo um Ministro que nos explicava, há pouco tempo, as maldades do Governo. É claro que o Ministro é a pessoa mais bondosa que se pode encontrar e só muitíssimo forçado pelas circunstâncias é que teve de explicar ao País que era dia de fazer maldades. Mas este Programa é o balanço dessas maldades, Srs. Ministros! E essas maldades traduzem-se num impacto concreto que se chama desemprego. Aliás, o Programa que os Deputados do PS não querem submeter a voto, em projecto de resolução,…

A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Não é preciso!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — … vai até mais longe, porque até nos anuncia a flexigurança, as mudanças de adaptabilidade, a revisão do Código do Trabalho, enfim, o que nos diz é que «a procissão ainda vai no adro», porque agora é que elas vão doer.
De facto, ao reconhecer que o desemprego nunca baixa do patamar dos 400 000 até 2010,…

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Concluo, Sr. Presidente.
Como estava a dizer, ao reconhecer que o desemprego nunca baixa do patamar dos 400 000 desempregados até 2010, o que o Governo nos está a dizer é que não fez nada, não quer fazer nada e não quer que se faça nada…

O Sr. Jorge Neto (PSD): — Exactamente! Muito bem!

O Sr. Patinha Antão (PSD): — Claro!