18 | I Série - Número: 036 | 18 de Janeiro de 2008
ver com a situação económica e social que hoje vivemos em Portugal. Passaram praticamente três anos desta governação socialista. Sabemos hoje que este Governo socialista partiu de uma ficção, aliás, confirmada por vários dos oradores convidados nestas jornadas parlamentares, uma ficção que serviu para uma manobra em torno de chicana política, uma manobra meramente politiqueira, se me permitem a expressão. Mas para nós essa matéria até pode ser ultrapassada. Preocupa-nos mais o presente e o futuro. E aí o que podemos dizer é que hoje, no presente, Portugal está pior do que estava quando este Governo chegou ao poder.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — A verdade é que, em 2005, o País não estava tão mal como está hoje, o que é grave e preocupante. Tal é apontado por todos os indicadores macroeconómicos, mas, se calhar, de maneira ainda mais relevante e mais efectiva, é apontado por aquilo que é o sentimento e a vida de cada um dos portugueses no seu quotidiano.
A verdade é que, desde 2005, caiu o poder de compra. A verdade é que aumentou o endividamento das famílias. A verdade é que o investimento caiu em cerca de 24%. A verdade é que o desemprego ultrapassou, pela primeira vez desde 1980, a média da União Europeia. A verdade é que temos o pior crescimento da União Europeia a 27 países.
O Sr. José Eduardo Martins (PSD): — Que tristeza!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Tivemos três anos de sacrifícios pedidos e exigidos aos portugueses. E para quê? Para muito pouco. Para termos hoje um país pior do que aquele que o Partido Socialista encontrou quando chegou ao poder.
Este Governo, de facto, iludiu durante algum tempo os portugueses, reconhecemo-lo. Iludiu-o com uma imagem de rigor, uma imagem de coragem, até de competência. Hoje percebemos que este Governo, pelos números recordistas que já atingiu, é já o campeão do desemprego.
Este Governo é também o campeão da quebra de promessas: veja-se o caso do aumento dos impostos; veja-se a promessa de criação de 150 000 novos empregos; veja-se a ausência de portagens nas SCUT; vejase as promessas feitas a 300 000 idosos.
Mas este Governo é também o campeão do desnorte, da perda de competitividade do País, do atraso face à União Europeia.
Podemos dizer, com toda a convicção, perante este cenário preocupante e angustiante em que se encontra o País, que o PSD continuará a trabalhar, com princípios assentes em causas e em convicções, mas também com coragem, nas decisões que temos de tomar. Já o provámos, nomeadamente quanto ao referendo europeu e quanto à questão da localização do novo aeroporto de Lisboa.
Trabalharemos com sentido de responsabilidade, com sentido de Estado, mas trabalharemos principalmente com sentido de futuro, de visão estratégica para o País, porque, como sempre, estamos aqui a bem de Portugal.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Afonso Candal.
O Sr. Afonso Candal (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Duarte, antes de mais, gostaria de saudar o Grupo Parlamentar do PSD pela realização das suas jornadas parlamentares, nomeadamente as primeiras jornadas que realiza sob a liderança dos seus novos líderes, parlamentar e do partido, e de dizer-lhe que esperava mais.
O objectivo das jornadas parlamentares nem sequer foi hoje aqui focado (a evidência decorre até da marcação dos timings), mas como não foi focado não serei eu a fazê-lo, porque isso depende das agendas do próprio PSD.
Mas, dizia, esperava-se mais em termos do que lá se terá passado do ponto de vista político e do ponto de vista da consequência, que se espera sempre positiva, da realização de jornadas parlamentares do PSD para a participação no debate.
De qualquer forma, ficamos a saber que VV. Ex.as tiveram dois dias para discutir o índice. E o índice aqui manifestado foi o dos temas que o PSD, a partir das jornadas parlamentares, vai pensar, vai discutir, vai afinar as suas posições e, eventualmente, a seu tempo, mostrará aqui propostas. Mas ideias concretas sobre a posição do PSD, mesmo relativamente aos temas que V. Ex.ª escolheu, não houve.
Vozes do PS: — Bem lembrado!
O Sr. Afonso Candal (PS): — Portanto, eventualmente, terá havido um leilão, uma discussão, em termos das prioridades sobre os títulos dos próximos capítulos, ou seja, um PSD em suaves fascículos, a que vamos