19 | I Série - Número: 036 | 18 de Janeiro de 2008
assistir nos próximos tempos, subordinados aos temas que aqui nos elencou.
Aguardaremos pelas propostas concretas e pelas ideias do PSD, na esperança e na expectativa — porque esse também é um contributo válido para o País — de que VV. Ex.as dêem o passo em frente e passem a ter ideias concretas relativamente aos temas que enunciou.
Quanto à importância dos temas, essa é indiscutível, e muito se tem feito nos últimos tempos na certeza de que em relação à maior parte das políticas de reestruturação do País, de reforma e de políticas estruturais o PSD não tem sido parceiro do Governo, logo não tem sido parceiro na resolução dos nossos problemas.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Duarte.
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Afonso Candal, agradeço as suas palavras, bem como a alta expectativa que tinha em relação às nossas jornadas parlamentares.
Quero dizer-lhe que deve manter essa expectativa, porque nós, a seu tempo, a curto prazo, apresentaremos medidas muito concretas relativas às matérias que aqui abordámos.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Mas, Sr. Deputado, a sua intervenção foi também importante até pela omissão, não só pelo que disse mas pelo que deixou de dizer,…
Vozes do PSD: — Exactamente!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — … porque, se calhar, é uma boa evidência dos tempos difíceis que a governação socialista atravessa.
Conheço-o bem e faço-lhe a justiça de reconhecer que, noutros tempos, V. Ex.ª teria ficado muito incomodado com as críticas veementes que aqui coloquei à governação socialista e que teria reagido.
Portanto, verifico que o seu silêncio é até um princípio de sensatez, se me permite esta modesta opinião.
Às vezes é melhor termos a precaução suficiente de não nos metermos em maus caminhos, em caminhos difíceis.
Vozes do PSD: —Muito bem!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Sr. Deputado, vou citar-lhe o que, na campanha eleitoral, a propósito do desemprego, o Eng.º Sócrates dizia: «7,1%! Este número é bem a marca de uma governação falhada, de uma economia mal conduzida».
Sr. Deputado, como sabe, hoje, os números do desemprego estão bem acima dos 7,1%!
A Sr.ª Helena Terra (PS): — Também conhecemos os números dos novos empregos!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Como é que o Eng.º Sócrates qualificará, pois, a sua governação? Como é que qualificará, actualmente, a condução da economia? Sobre isto, sobre os problemas efectivos do País V. Ex.ª não se pronuncia!
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Afonso Candal (PS): — Diga quais são as vossas propostas!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Não se pronuncia sobre os problemas que os portugueses sentem no dia-adia com o encerramento de serviços em tantas regiões, nomeadamente na área da saúde; com a consequente perda do nível de vida em tantas regiões do País, com a desertificação associada; com a perda do poder de compra dos portugueses; com aquilo que tem que ver com o baixíssimo crescimento económico que temos actualmente no nosso país quando comparado com países concorrentes.
Sobre isto, evidentemente, não há muitas palavras, porque o problema que aqui se coloca é, também, um problema de credibilidade da governação.
Sr. Deputado Afonso Candal, este Governo já se contradisse em muitas matérias. E vou dar-lhe um exemplo concreto, até porque é muito actual: o novo aeroporto de Lisboa. Durante muito tempo, o Governo agarrou-se a um suposto estudo técnico absolutamente indiscutível e a uma decisão irreversível.
Imagine o que pensarão as populações que estão a ver serviços encerrados, por exemplo urgências dos hospitais, de um Governo, o mesmo Governo que diz que tem um estudo técnico!
Vozes do PSD: — Muito bem!