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22 | I Série - Número: 036 | 18 de Janeiro de 2008

serviços públicos no interior.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — O PSD, que bem fala da gravidade da situação económica, é o mesmo PSD que tem a mesma obsessão e fixação pelas contas públicas e pelo défice abaixo dos 3% que o PS tem e que sacrifica o investimento tão necessário para a nossa economia em favor do cumprimento dos ditames de Bruxelas, como fez quando estava no Governo.
Ora, o PSD, que se queixa do aumento dos impostos, aumentou em 2 pontos percentuais — outros 2 foi o PS — a taxa do IVA, que, aliás, tanto prejudica as regiões do interior. Esta é uma ideia, uma medida concreta do PSD!

Vozes do PS: — Escusava de ouvir isto tudo!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Quanto à economia nacional, é o PSD que, mais «papista» que o Governo e o PS, ainda quer mais privatizações do que aquelas que o PS já tem no programa.
Portanto, Sr. Deputado Pedro Duarte, conhecemos bem as ideias concretas do PSD e sabemos muito bem que, apesar da divergência na oratória, não divergem daquelas que o PS aplica no Governo. O que o PSD queria era estar no governo a aplicá-las, mas agora está o PS a fazer aquilo que o PSD fez antes. E essa é que é a realidade da nossa vida política e esse é que é o problema que tem de ser resolvido pelos portugueses.
De facto, o PS e o PSD não podem continuar a aplicar as mesmas políticas, a degradar a situação económica e social do País, a empobrecer o País e os portugueses e a prestar um mau serviço ao País, divergindo quando toca a capitalizar o descontentamento popular, convergindo (como ainda hoje vão fazer) quando toca a dar machadadas no sistema económico, social e político democrático português.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Duarte.

O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Bernardino Soares, agradeço-lhe a questão que me colocou e quero dizer-lhe o seguinte: partilho do seu ponto de vista expresso em parte da sua intervenção e discordo em absoluto do expresso noutra parte.

Vozes do PS: — Oh!...

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Tem de dizer qual!

O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Partilho do seu ponto de vista quando afirma que conhece bem as ideias do Partido Social Democrata. E eu partilho no sentido de lhe fazer a mesma justiça, porque eu também conheço muito bem as ideias do Partido Comunista Português.

O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — Aí é que é!

O Sr. Pedro Duarte (PSD): — E concordo com a sua afirmação de que estamos em campos absolutamente opostos. De facto, os caminhos que temos para resolver os problemas do País são completamente alternativos, disso não haja dúvidas! VV. Ex.as têm uma fórmula absolutamente ultrapassada, como é reconhecido, julgo eu, pela generalidade da sociedade portuguesa e até crescentemente à escala global, e os eleitores, sistematicamente, têm vindo a evidenciar que esse modelo está esgotado, ultrapassado. Esse modelo, que deu provas inequívocas em vários ensaios tentados em vários países, que me escuso aqui de enunciar até para não ser indelicado com V. Ex.ª, não é manifestamente o nosso. Portanto, o vosso caminho para resolver os problemas do País é muito diferente do nosso.
Contudo, há uma outra componente da sua intervenção que não posso de maneira nenhuma compreender: quando me diz que o nosso caminho é similar ao do Partido Socialista.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E vice-versa!

O Sr. Pedro Duarte (PSD): — É bom que se perceba que nós, nesta matéria, apesar de termos estado muito pouco tempo no governo nos últimos 12 anos — é bom que nos lembremos isso —, …

Vozes do PS: — Oh!…