38 | I Série - Número: 060 | 15 de Março de 2008
O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — … pode aguentar à vontade com os investimentos que quer fazer, como pensamos igualmente que uma empresa como a EDP, que teve, em 2007, mais de 900 milhões de euros de lucros, pode canalizar à vontade 50% desses lucros para o chamado défice tarifário.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado Adjunto, da Indústria e da Inovação.
O Sr. Secretário de Estado Adjunto, da Indústria e da Inovação: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Agostinho Lopes, colocou tantas questões que tenho de ser selectivo nesta matéria.
O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Responda à Blaupunkt!
O Sr. Secretário de Estado Adjunto, da Indústria e da Inovação: — Vou responder! Mas, primeiro, vamos aos pagamentos; depois, se tiver tempo, responderei à Blaupunkt.
Hoje, está, de facto, na moda um discurso de bota-abaixo em relação ao IAPMEI, em matéria de pagamentos. Nada de mais injusto, Sr. Deputado! Vou dar-lhe alguns números. Sabe qual era o tempo médio de pagamento, em 2002?
O Sr. Jorge Machado (PCP): — E você sabe?
O Sr. Secretário de Estado Adjunto, da Indústria e da Inovação: — Eram 133,7 dias! Sabe qual era o tempo médio em 2005? Eram 99,7 dias! E sabe qual foi o tempo médio dos últimos tempos? Foram 29 dias!
O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Por que é que não pagam os projectos do MODCOM?!
O Sr. Secretário de Estado Adjunto, da Indústria e da Inovação: — Já lá vamos! Por outro lado, quando se fala de pagamentos, é sempre fácil pôr as culpas no Estado. Um pagamento, para ser feito, tem de cumprir as normas legais…
O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Está tudo cumprido!
O Sr. Secretário de Estado Adjunto, da Indústria e da Inovação: — … e nem sempre isso acontece.
Mas quando isso acontece, acredite que o pagamento é feito — e tem-no sido de forma cada vez mais célere.
Esta é a nossa política e isso foi possível, graças à grande determinação da equipa administrativa do IAPMEI e aos seus quadros.
Quanto à Blaupunkt, pelos vistos, o Sr. Deputado quer que a empresa feche.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — O senhor não volta a dizer isso!
O Sr. Secretário de Estado Adjunto, da Indústria e da Inovação: — É o que decorre logicamente dos vossos argumentos. Os senhores querem sempre o lado pior dos argumentos, sempre! Vou responder ao argumento: há um contrato com a Blaupunkt. Nos períodos de avaliação do contrato, a avaliação será feita e o que está previsto no contrato será aplicado. Isto é o que posso dizer-lhe.
Aplausos do PS.
Protestos do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado David Martins.