20 | I Série - Número: 062 | 20 de Março de 2008
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Portas, o senhor deveria ver-se ao espelho quando está a falar comigo para ver exactamente o que é um político zangado!
Risos e aplausos do PS.
O Sr. Deputado é capaz de informar a Câmara e o Governo de quantos polícias existiam em Sintra e na Amadora durante os três anos em que o senhor foi Ministro de Estado e da Defesa? Teremos o maior gosto em beneficiar dessa informação.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Fica para cada português reflectir.
Risos do Primeiro-Ministro e do PS.
O seu Governo entende que Portugal deve ter um polícia por 217 habitantes. Mas os dados são os seguintes: concelho de Sintra — um polícia por 2009 habitantes, ou seja, um décimo do que é necessário; concelho de Loures — um polícia por 690 habitantes, ou seja, um terço do que é necessário; concelho da Amadora — um polícia por 580 habitantes, ou seja, praticamente metade do que é necessário! É este o seu problema. O senhor não percebeu que com a criminalidade a aumentar precisava de mais agentes policiais.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Portas, o seu silêncio é esclarecedor.
Muito esclarecedor, Sr. Deputado!
Vozes do CDS-PP: — O seu!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Isso quer dizer, e todos os portugueses podem observar isso, que o Sr. Deputado acha-se óptimo na oposição a fazer propostas, mas quando estava no governo esqueceu-se das propostas que fazia.
O que lhe posso dizer, Sr. Deputado, é que há hoje mais polícias na Área Metropolitana de Lisboa do que havia durante o seu governo.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Daqui a um ano, quando estiverem treinados!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mais do que isso, vamos ter mais 500 polícias para responder aos problemas da Área Metropolitana de Lisboa. A isto chama-se encarar com responsabilidade os problemas da segurança.
A isto chama-se considerar a segurança como uma prioridade. A isto chama-se não fazer demagogia, nem fazer da questão da segurança uma área de pura chicana e de puro oportunismo político de quem quer apenas ter um objectivo, que é ganhar votos à custa da segurança e dos crimes.