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19 | I Série - Número: 065 | 29 de Março de 2008


O Sr. Primeiro-Ministro: — Hoje, o PSD vem aqui dizer que não devíamos ter feito nada, que devíamos era esperar mais.
Sr. Deputado, há um problema de credibilidade, mas isso é com o PSD. Porém, o que, a meu ver, o PSD deveria fazer — e não percebo por que hesita tanto em fazê-lo — era felicitar o País por ter tido este resultado orçamental, era dizer que fizemos o que devíamos e que o País está hoje melhor preparado para enfrentar o seu futuro.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — O País está pior!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Isso só reforçaria a sua credibilidade. O País está hoje melhor, em virtude das reformas que foram feitas e de um trabalho sério e honesto de disciplina orçamental.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Deputado Pedro Santana Lopes.

O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o senhor já devia ter percebido que não me desvia para essas conversas do passado.

Risos do PS.

Vamos, pois, falar das suas decisões, do seu Governo, que é o que está aqui em causa.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — Devo dizer-lhe que nunca vi um líder do PS tão seduzido pelo que diz e escreve o PPD/PSD. Tem saudades desse tempo? É que o senhor passa a vida a falar disso! É impressionante!

Aplausos do PSD.

Passando a outra questão, concluímos, portanto, que o Sr. Primeiro-Ministro anunciou esta decisão agora por o défice ter sido de 2,6% e não de 2,8%, ou seja, por duas décimas. Por isso, reduziu agora em 1% a taxa do IVA. Nós, como disse o presidente do meu partido, preferíamos uma descida mais substancial. O senhor só quis baixar 1%. Eu disse-lhe que era melhor esperar mais algum tempo e tomar uma medida com outro impacto na economia portuguesa.

Vozes do PSD: — Claro!

O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — O Sr. Primeiro-Ministro não quer fazê-lo e, como é costume nestes debates, quando não sabe o que há-de dizer, sorri ou fala do passado. É uma decisão sua, que fica consigo.
Vamos à questão da saúde, para continuarmos a falar do tema do debate da semana passada.
Ponderámos no que o Sr. Primeiro-Ministro disse e, quanto ao que anunciou, tenho de fazer-lhe uma pergunta: ao fim de três anos de governação, o que é que o levou a ter um repentino assomo de convicção ideológica para ser agora contra a gestão privada dos hospitais? É que, agora, estamos no experimentalismo de convicções e já não de medidas ou de intenções. Na realidade, após três anos, o Sr. Primeiro-Ministro chega a esta conclusão: «Os hospitais de Loures, de Cascais e de Braga estão lançados e o hospital Amadora-Sintra já existe, mas, agora, sou contra a gestão privada». O que é que aconteceu, Sr. Primeiro-Ministro?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.