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30 | I Série - Número: 066 | 3 de Abril de 2008

Como eu dizia, o IRC que se estima será pago relativamente ao exercício de 2007 com o lucro contabilístico. A metodologia usada pela administração tributária é a que confronta o IRC efectivamente pago, à luz até dos pagamentos especiais por conta efectuados pela banca, com o lucro colectável para efeitos fiscais. São medidas diferentes — daí a diferença dos resultados.
Se o Sr. Deputado usar o mesmo critério da APB constata que o valor que refere para 2007 representa um incremento substancial relativamente a anos anteriores pelo mesmo critério.

O Sr. Afonso Candal (PS): — Muito bem!

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Ou seja, pelo critério da administração fiscal — e eu não tenho de usar o critério da APB…

O Sr. Honório Novo (PCP): — Como é que conseguem manipular os números desta maneira?!

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Sr. Deputado, eu não tenho de usar o critério da APB…

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Tem de concluir, Sr. Ministro.

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Eu utilizo um critério rigoroso da administração fiscal. A taxa efectiva de tributação da banca aumentou de 18 para 20%, em dois anos.

Risos do Deputado do PCP Honório Novo.

O exercício de 2004 teve uma taxa efectiva de 18%, os exercícios seguintes têm uma taxa de 20%. Esta é uma realidade indesmentível pelos dados da própria Direcção-Geral das Contribuições e Impostos. Eu acredito que o Sr. Deputado não goste. O Sr. Deputado não gosta da banca,…

O Sr. Honório Novo (PCP): — O Sr. Ministro está a desmentir-se a si próprio!

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr. Deputado Honório Novo, peço-lhe que não interrompa o Sr.
Ministro porque já excedeu o tempo regimental.

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Eu nada tenho contra a banca, que desempenha um papel fundamental na nossa economia e no nosso país; e acho bem que os bancos dêem lucros, porque, caso contrário, nenhum de nós confiava no nosso sistema financeiro.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, V. Ex.ª está a irritar-se muito, mas só há vantagens que neste debate as informações sejam dadas com rigor. Portanto, vou pedir-lhe esse rigor sobre duas questões.
A primeira é a de que o Sr. Ministro prometeu uma comunicação ao País sobre a utilização pelo Estado, por si, de offshore. Até agora, nem uma palavra e não respondeu na sua resposta anterior.
Sr. Ministro, queria que desse a este Parlamento os seguintes dados concretos: quanto é que exactamente, em 2007, foi depositado pelo sector Estado em offshore e em quais offshore? É porque o Sr. Primeiro-Ministro disse aqui na última sexta-feira que não era a administração directa do Estado, mas reconheceu que é o sector público quem fez esses movimentos. Ora, quero saber, nomeadamente, se há um cêntimo de desconto para as pensões dos trabalhadores que esteja a ser depositado em offshore. Quero saber quanto, onde e por quem. Temos o direito de o saber!