38 | I Série - Número: 068 | 5 de Abril de 2008
Ao ouvirmos o seu discurso, pensávamos estar a escutar os argumentos de um partido colocado nos extremos do espectro partidário, soando-nos, às vezes, como argumentação típica da extrema-esquerda, outras vezes como argumentação típica da extrema-direita.
A Sr.ª Fátima Pimenta (PS): — Muito bem!
O Sr. Vasco Franco (PS): — O PSD, nesta interpelação, não quis, verdadeiramente, interpelar o Governo.
O único medo que perpassou neste debate foi o medo de o PSD questionar directamente o Governo e o medo das respostas que, naturalmente, ouviria, para as suas angústias. Este foi o único medo que perpassou neste debate!
Aplausos do PS.
Por isso, também falhou o exercício pleno do confronto democrático que os senhores reclamam. Que desapontamento, Srs. Deputados do PSD!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Alberto Arons de Carvalho.
O Sr. Alberto Arons de Carvalho (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Queria fazer apenas uma brevíssima intervenção para recordar alguns factos ao Sr. Deputado Agostinho Branquinho, que há pouco recordou o tempo em que eu era membro do governo.
Queria dizer ao Sr. Deputado Agostinho Branquinho o seguinte: não foi no meu tempo de governo, entre 1995 e 2001, que 11 membros do governo, em 2 meses e meio, utilizaram o mecanismo do tempo de antena do governo para falarem ao País através da RTP. O Ministro da Administração Interna Ângelo Correia – estou a falar de um período entre 1 de Janeiro e 16 de Março de 1982 – falou durante 18 minutos, logo a seguir ao Telejornal.
Não foi igualmente no meu tempo de governo que os jornalistas não podiam, em julgamento, fazer a prova da verdade dos factos quando se tratasse de crimes.
Não foi também nesse tempo que a Alta Autoridade para a Comunicação Social tinha uma composição de tal forma escandalosamente governamentalizada que os jornalistas, e até um dia por lapso o próprio Deputado Luís Marques Mendes, se referiram a ela como Alta Autoridade «contra» a Comunicação Social.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça (PS): — Muito bem!
O Sr. Alberto Arons de Carvalho (PS): — Não foi também no meu tempo de Governo que, em vários locais, era proibido transmitir os noticiários da TSF.
Não foi também nesse tempo que o cabo podia difundir canais estrangeiros mas não novos canais portugueses.
Não foi igualmente nesse tempo que a SIC e a TVI não podiam entrar em estádios de futebol, nem sequer para colher imagens por alguns segundos.
Não foi também nesse tempo que, por inacção do Governo PSD, os jornalistas não tinham carteira profissional.
Eram estes pequenos dados, em nome da memória e do rigor, que queria recordar ao Sr. Deputado Agostinho Branquinho e, através dele, a toda a bancada do PSD.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Agostinho Branquinho.