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37 | I Série - Número: 076 | 26 de Abril de 2008


O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — O Sr. Ministro optou por baixar a taxa normal do IVA. Na nossa opinião, está a seguir, nessa matéria, um caminho errado. A baixa de impostos deve servir para as famílias e para as empresas.
Vamos às empresas. Não considera que é essencial que exista uma política fiscal virada para o investimento, virada para as operações de natureza financeira? Não considera absurdo o nível de cobrança que temos, neste momento, quanto ao imposto de selo, em relação a essas operações? Não considera que esse custo que as empresas têm deve ser mais baixo? Esta é uma questão que colocamos, este é um dos caminhos que lhe apresentamos!

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Mas também apresentamos um caminho para as famílias, as famílias que pagam juros, que pagam mais impostos e que sofrem muito com a inflação.
Não considera, Sr. Ministro, que, neste momento, a vida das classes médias em Portugal está muitíssimo difícil? Não considera que cada vez mais o dinheiro não chega ao fim do mês? E, nessa matéria, não considera essencial mexer num imposto como o IRS, que tem sete escalões, taxas de retenção na fonte altíssimas e vive de excepções e contra-excepções? Sr. Ministro, não entende que é preciso modificar isto? Não entende que bem melhor seria um IRS com menos escalões — três! —, com escalões mais baixos, com taxas mais baixas, com menos excepções e contra-excepções, mais simples de aplicar, melhor para o Estado, melhor para os contribuintes? Portanto, Sr. Ministro, aquilo que quero saber é como vê estas alternativas que o CDS lhe deixa em relação à tributação das empresas e à tributação das famílias. É que, para nós, Sr. Ministro, a política fiscal não é uma política para o jornal de amanhã ou para as eleições do próximo ano e lamentamos que, para o Governo, seja vista desta forma.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Deputado Afonso Candal.

O Sr. Afonso Candal (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro das Finanças, é manifesto que o debate de hoje está, de alguma forma, prejudicado, considerando a situação em que se encontra o partido interpelante autor da iniciativa.

Protestos do PSD.

A tarefa aqui levada a cabo pelo Sr. Deputado Mário Patinha Antão era, claramente, uma tarefa difícil, mas penso que a cumpriu de forma satisfatória. Porém, não obstante a coerência e a consistência das suas propostas e das suas perspectivas programáticas, a verdade é que elas ainda não vinculam o PSD! Pelo menos, as suas propostas ainda não vinculam o PSD! Diga-se que bom seria podermos ter um PSD com essa consistência do ponto de vista económico ou financeiro. Infelizmente, assim não é, pelo menos para já, como referi.
A questão que se coloca é a de saber, em termos da avaliação que se possa fazer da política deste Governo, qual é o comparativo, nomeadamente com os tempos passados mais próximos. E aqui é que se podem marcar algumas diferenças e avaliar aquilo que tem sido o desempenho.
Do ponto de vista da política orçamental, há várias questões que se colocam. A primeira é a questão da verdade.

O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Essa é uma boa tese!

O Sr. Afonso Candal (PS): — Recorde-se que este Governo assumiu perante os portugueses as dificuldades que havia relativamente às contas públicas. E assumiu essa dificuldade, assumindo também o custo político das medidas e das propostas para a corrigir.