43 | I Série - Número: 076 | 26 de Abril de 2008
de um ponto percentual do PIB, nestes cinco anos em que tivemos de afectar receitas devido às decisões que tomaram, nada resolveram porque, em 2004, o défice era de 3,4% do PIB.
Ora, não venham aqui avaliar a solidez dos resultados obtidos à custa de reformas estruturais muito importantes, que disciplinaram a despesa pública e melhoraram a eficácia da nossa administração, combatendo também a fraude e a evasão fiscais.
Alegam a existência de dívidas. É verdade, existem dívidas, como existiam no passado. Não me esqueço da dívida de 800 milhões da saúde, que este Governo teve de regularizar.
O Sr. Mota Andrade (PS): — Bem lembrado!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — O Sr. Deputado Patinha Antão lembra-se, certamente, desta dívida porque era secretário de Estado da Saúde nessa altura. Foram 800 milhões em operações de tesouraria que estavam por regularizar para esconder a dívida da saúde e esse valor foi incluído no Orçamento do Estado para 2006.
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Quando?!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Não venham aqui apontar dívidas, não venham dar lições de boa gestão quando não têm autoridade moral para o fazer nesta matéria.
Aplausos do PS.
O Sr. Deputado Miguel Frasquilho tem uma visão «maravilha» do Pacto de Estabilidade e Crescimento.
Perdoe-me a expressão, mas essa interpretação do Pacto de Estabilidade e Crescimento, provavelmente, só foi contada ao Sr. Deputado Miguel Frasquilho.
Sr. Deputado, permita-me que lhe diga com toda a sinceridade: desde que este novo pacto foi aprovado, em Março de 2005, quem tem participado nas reuniões do Conselho Económico e Financeiro, nas reuniões do Eurogrupo, nas reuniões do ECOFIN, quem tem falado e tratado destas matérias com a Comissão, é o actual Ministro das Finanças e que sabe muito bem o que o pacto diz e quais são as suas implicações. Não venha aqui o Sr. Deputado dar a entender que o Governo tem andado distraído e que há uma interpretação do Pacto que ninguém notou, que o Governo esconde e que só o Sr. Deputado é que sabe! Em boa verdade, o que o Sr. Deputado está a fazer é uma mistificação para justificar o facilitismo orçamental que pretende ver regressado na vossa orientação.
Aplausos do PS.
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Não!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — O que o Sr. Deputado quer é justificar, com essa interpretação do Pacto, que agora podemos entrar novamente no regabofe…
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Os senhores é que aumentaram a despesa!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Aumentar a despesa da forma que aumentaram não pode ter outra denominação! Sr. Deputado Honório Novo, durante grande parte da sua intervenção reparei que questionou mais o PSD do que o Governo. Porém, naquilo que tem a ver com as questões que levantou ao Governo, terei muito gosto em lhe responder.
Vou começar pela questão relativa à tributação da banca.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Fale da justiça fiscal!