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17 | I Série - Número: 077 | 26 de Abril de 2008


do Estado na distribuição dos recursos públicos e, afinal, apenas cortou nos investimentos; propôs-se erigir novas políticas de emprego e assistiu, impotente, ao aumento da taxa de desemprego até ao nível mais alto das últimas duas décadas, ao mesmo tempo que se instalava, no País, uma nova vaga de emigração, sobretudo para Espanha, para onde mais de 100 000 portugueses tiveram de ir à procura de sustento.
Propôs-se preservar os direitos adquiridos pelas pessoas, assegurar aos mais desfavorecidos o acesso a bens essenciais e provocou o maior retrocesso no Estado social do pós 25 de Abril.
E tudo isto fustigando os portugueses com mais impostos, com sacrifícios acumulados que eles sentem, cada vez mais, não terem sido compensados.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Uma democracia que alguns querem a asfixiar, um Governo que, cada vez mais, se encontra a vacilar, é aqui que entra a nossa responsabilidade. A responsabilidade que o PSD, como partido alternativo de governo, não pode, não vai enjeitar.
Vivemos tempos de decisão. Portugal precisa de alternativa, sabemos que, da nossa diversidade, da nossa pluralidade, da nossa democraticidade interna – porque não dizê-lo assim mesmo? –, terá de emergir uma proposta nova, um projecto governativo ambicioso, mobilizador para os nossos jovens, para as nossas famílias e para as empresas. Estamos à altura das nossas responsabilidades.

Risos do PS.

Aplausos do PSD.

Por isso, termino afirmando convictamente o meu pensamento e o de todos os meus colegas Deputados do Grupo Parlamentar: acreditamos muito no valor colectivo do Partido Social Democrata, acreditamos e respeitamos o papel de todos os demais partidos, com quem queremos contraditar as nossas ideias e opções, acreditamos nas instituições do Estado e na dinâmica da nossa sociedade civil, mas, acima de tudo, queremos honrar a liberdade acreditando em Portugal e nos portugueses.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente da Assembleia da República: — Em nome do Grupo Parlamentar do PS, tem a palavra o Sr. Deputado Osvaldo Castro.

O Sr. Osvaldo Castro (PS): — Sr. Presidente da República, Sr. Presidente da Assembleia da República, Sr. Primeiro-Ministro e demais Membros do Governo, Sr. Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Sr.
Presidente do Tribunal Constitucional, Sr. General Ramalho Eanes, Sr. Dr. Mário Soares, Sr. Dr. Jorge Sampaio, Sr.as e Srs. Deputados, Excelências: Subo a esta tribuna, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, para saudar o 25 de Abril da liberdade, da tolerância, da igualdade e da fraternidade; o 25 de Abril da democracia, da descolonização e do desenvolvimento; o 25 de Abril da paz, mas também das utopias e dos sonhos ainda por concretizar.
E esta saudação vai inteirinha e directa para vós, caros capitães de Abril, que reiteradamente, ano após ano, honram o Parlamento com a vossa significativa presença.

Aplausos do PS, do PCP, do BE e de Os Verdes.

E tudo porque sonharam e concretizaram a madrugada, essa madrugada, em que os corações dos portugueses se alvoroçaram.
E assim nasceu «O dia inicial inteiro e limpo, onde emergimos da noite e do silêncio» como a celebrou Sophia de Mello Breyner num dos seus belos poemas.
Sim, vivíamos num enclausurado silêncio, numa longa noite que se arrastava por mais de 48 anos e que se entrecortava com uma guerra colonial que devastava pela morte, pela mutilação e pela doença vastos milhares de jovens portugueses, mas também muitos milhares de jovens guerrilheiros e simples cidadãos africanos.