19 | I Série - Número: 088 | 29 de Maio de 2008
O Sr. Fernando Rosas (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Helder Amaral, com todo esse afã em defender as companhias petrolíferas até se esquece dos seus bons exemplos!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Está enganado!
O Sr. Fernando Rosas (BE): — Sabe que o Senado dos Estados Unidos chamou as companhias petrolíferas e perguntou-lhes quanto é que elas estavam a ganhar? O Senado dos Estados Unidos! O senhor esquece os seus bons exemplos…
Protestos do CDS-PP.
A vossa estratégia de baixar os impostos destina-se unicamente a encher os «bolsos» das companhias petrolíferas, para manter as margens de lucro dessas companhias, e não a outra coisa! E nós atacamos, sem dúvida, o mercado de que os senhores falam, porque é um mercado distorcido,…
Vozes do BE: — Exactamente!
O Sr. Fernando Rosas (BE): — … um mercado de cartel, um mercado oligopolístico, um mercado que funciona contra os consumidores.
Os senhores deviam ter vergonha de defender um mercado controlado pelas grandes companhias, que é pago pelos portugueses e pelos consumidores de gasolina. Disso é que os senhores deviam ter vergonha!
Aplausos do BE.
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — A sua intervenção é que é uma vergonha!
O Sr. Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: A crise económica e social avança no País com efeitos devastadores na vida dos portugueses e na economia nacional.
Durante toda a Legislatura, o Governo aplicou a sua obsessão pelo défice e as receitas monetaristas da União Europeia, menosprezando a economia e a vida dos portugueses. Durante toda a Legislatura, o PCP alertou para os sérios prejuízos que a política seguida pelo Governo teria na economia nacional.
Por outro lado, o Governo levou por diante uma política anti-social e de agravamento das desigualdades.
Diminuíram os salários, as reformas e aumentaram o custo de vida e as despesas com a saúde, entre outras.
As dívidas das famílias à banca estão no nível mais alto dos últimos treze anos.
Só que, entretanto, a banca, as empresas de energia e os grandes grupos económicos não tiveram que suportar sacrifícios, antes «engordaram» os seus lucros à custa dos sacrifícios das famílias e das pequenas e médias empresas.
O resultado está à vista: aumentou o desemprego, aumentou a precariedade, acentuou-se o peso dos empregos não qualificados, faliram pequenas empresas, comprometeram-se sectores fundamentais na economia, designadamente sectores produtivos. Conforme sempre dissemos, o discurso do défice não dá sustento aos portugueses e prejudica gravemente a economia nacional.
Nos dias que correm assistimos à cavalgada dos aumentos dos combustíveis, quase diariamente.
Falsamente as grandes petrolíferas, o Governo e os partidos da direita, justificam a situação com o aumento do preço do crude ou com os impostos aplicados sobre os combustíveis.
É certo que o crude aumentou, mas é inegável que os aumentos que se estão a verificar não se limitam a esse aumento, vão muito para além disso!
Vozes do PCP: — Muito bem!